O James Webb fez parte de mais uma descoberta incrível. A NASA anunciou nesta quinta-feira (21) que cientistas identificaram dióxido de carbono em uma região específicia da lua de Júpiter, Europa, utilizando dados do telescópio.

A lua Europa é um dos locais do nosso Sistema Solar que mais intriga os astrônomos, já que é apontado como um munto com potencial de abrigar vida, principalmente pela possível presencial de um oceano salgado de água líquida.

O que você precisa saber?

“Na Terra, a vida gosta de diversidade química – quanto mais diversidade, melhor. Somos uma vida baseada em carbono. Compreender a química do oceano de Europa irá ajudar-nos a determinar se é hostil à vida tal como a conhecemos, ou se pode ser um bom lugar para a vida”, disse Geronimo Villanueva do Centro de Voo Espacial Goddard da NASA em Greenbelt, Maryland, autor principal de um de dois artigos independentes que descrevem as descobertas.

Pensamos agora que temos provas observacionais de que o carbono que vemos na superfície de Europa veio do oceano. Isso não é uma coisa trivial. O carbono é um elemento biologicamente essencial

Samantha Trumbo, da Universidade Cornell em Ithaca, Nova Iorque, autora principal do segundo artigo que analisa estes dados

Este gráfico mostra um mapa da superfície de Europa com NIRCam (Near Infrared Camera) no Telescópio Espacial James Webb da NASA no primeiro painel e mapas de composição derivados dos dados NIRSpec/IFU (Near Infrared Spectrograph’s Integral Field Unit) de Webb nos três painéis seguintes. 
Créditos: Crédito Científico: Geronimo Villanueva (NASA/GSFC), Samantha Trumbo (Cornell Univ.), NASA, ESA, CSA. 
Crédito de processamento de imagem: Geronimo Villanueva (NASA/GSFC), Alyssa Pagan (STScI)

Como o James Webb encontrou carbono em lua?

A descoberta do Webb mnostra que o dióxido de carbono é mais abundante numa região chamada Tara Regio, uma área geologicamente jovem da zona conhecida como “terreno do caos”.

Esse local provavelmente passou por transformações no solo. Os cientistas acreditam que a superfície do gelo foi rompida e provavelmente houve uma troca de material entre o oceano subterrâneo e a superfície gelada.

“Observações anteriores do Telescópio Espacial Hubble mostram evidências de sal derivado do oceano em Tara Regio”, explicou Trumbo. “Agora estamos vendo que o dióxido de carbono também está fortemente concentrado ali. Achamos que isso implica que o carbono provavelmente tem sua origem final no oceano interno.”

O instrumento usado para a detecção, em ambos os times, foi o Espectrógrafo de Infravermelho Próximo (NIRSpec). Este modo de instrumento fornece espectros com uma resolução de 320 x 320 quilómetros na superfície de Europa, permitindo aos astrónomos determinar onde estão localizados produtos químicos específicos.

“Observações anteriores do Telescópio Espacial Hubble mostram evidências de sal derivado do oceano em Tara Regio”, explicou Trumbo. “Agora estamos vendo que o dióxido de carbono também está fortemente concentrado ali. Achamos que isso implica que o carbono provavelmente tem sua origem final no oceano interno”, finaliza.