O governo do Reino Unido voltou atrás e adiou a proibição de novos carros movidos a gasolina ou diesel no país. A declaração foi dada pelo primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, nesta quarta-feira (20). O anúncio, no entanto, gerou reações negativas de ativistas do meio ambiente, políticos do próprio partido e até da indústria automobilística.

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Reações negativas

A pauta ambiental é um dos raros pontos de consenso entre conservadores e trabalhistas no Reino Unido. Por isso, o anúncio do governo tem sido fortemente questionado.

O ex-primeiro-ministro Boris Johnson, responsável por estabelecer essa meta de troca de todos os carros por modelos elétricos a partir de 2030, declarou que os britânicos não podem “perder a ambição para o país. Já ambientalistas da ONG Greenpeace afirmaram que o Reino Unido foi da “liderança para lanterna” na pauta ambiental.

A Associação de Fabricantes e Vendedores de Automóveis também se manifestou e criticou a confusão causada pela decisão do governo, posição que foi seguida pelas montadoras. O setor alega que já estava se preparando para a transição.

Sunak nega que o recuo seja eleitoreiro e diz que os críticos têm que explicar porque querem impor mais custos às famílias britânicas. Na oposição, o partido Trabalhista prometeu retomar a meta de proibir os veículos a combustão a partir de 2030 se confirmar o favoritismo e vencer as eleições marcadas para 2024.

Primeiro-ministro do Reino Unido adiou proibição de carros movidos a combustão (Imagem: I T S/Shutterstock)

Política ambiental do Reino Unido tem sido alvo de críticas

Essa não é a primeira polêmica do governo britânico nessa área. Em junho, o órgão independente que aconselha Downing Street em políticas climáticas lamentou a “preocupante lentidão” da transição no país, particularmente no cumprimento das metas para 2030.

No mês seguinte, Sunak anunciou novas licenças para exploração de petróleo e gás no Mar do Norte. Na ocasião, o primeiro-ministro argumentou que era melhor encontrar soluções caseiras do que recorrer ao fornecimento da Rússia enquanto o país precisar de combustíveis fósseis durante a transição para energia verde.

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