Cientistas descobriram que, mesmo sem possuir um cérebro central, as águas-vivas podem aprender com experiências passadas e mudar o seu comportamento em resposta. Um novo estudo sugere que esses seres são mais complexos do que se imaginava, surpreendendo por possuírem poucas células nervosas.
A espécie
Segundo o IFL Science, a água-viva-caixa (Tripedalia Cystophora) não possui cérebro central. Elas se movem com a ajuda de um sistema nervoso simples composto por apenas 1.000 células. Essas células nervosas formam a rede nervosa, que se espalha por seus organismos e ajuda a sentir o ambiente – detectando mudanças de temperatura, luz e até o toque físico.
Os especialistas acreditavam que as espécies com sistemas nervosos simples eram capazes apenas das formas mais básicas de aprendizagem, como a habituação – na qual um animal se acostuma a uma mudança de condições. Eles acreditavam que uma aprendizagem mais complexa, envolvendo mudança de comportamento em resposta a experiências passadas, estaria muito além do limite desses animais.
O estudo
Conforme o experimento avançava, as águas-vivas foram se afastando das paredes do tanque e, eventualmente, girando com sucesso para longe dos obstáculos – comportamento que surpreendeu a equipe, por se tratar de um animal que não possui cérebro central.
Nossos experimentos mostram que o contraste, ou seja, o quão escura a raiz é em relação à água, é usado pelas águas-vivas para avaliar as distâncias até as raízes, o que lhes permite nadar no momento certo. entre distância e contraste mudam diariamente devido à água da chuva, algas e ação das ondas.
Anders Garm, neurobiólogo, em comunicado.
“Podemos ver que, à medida que cada novo dia de caça começa, as águas-vivas aprendem com os contrastes atuais, combinando impressões visuais e sensações durante manobras evasivas que falham”, disse Garm. “Assim, apesar de terem apenas mil células nervosas – os nossos cérebros têm cerca de 100 mil milhões – eles podem conectar convergências temporais de várias impressões e aprender uma conexão – ou o que chamamos de aprendizagem associativa”.
Fonte: Olhar Digital
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