Há cerca de 500 anos Leonardo Da Vinci desenvolveu a famosa “regra das árvores” que descrevia como desenhá-las, mas essa regra acabou também sendo utilizada pela ciência para modelá-las e dizer como funcionam. Mas agora, um grupo de pesquisadores descobriram que ela não se aplica às estruturas internas de uma árvore.
A regra de Da Vinci descreve as proporções de como uma árvore deve ser desenhada para que ele seja uma representação precisa. Para desenvolvê-la ele percebeu que “todos os galhos de uma árvore em cada estágio de sua altura são iguais em espessura ao tronco quando colocados juntos”.
Durante muito tempo, a ciência também aplicou a regra a teoria do escalonamento metabólico, que diz respeito aos canais que transportam água pela árvore, da raiz até suas folhas. Assim, os canais vasculares diminuíram de tamanho na mesma proporção que os galhos se tornam mais estreitos.
Nova regra das árvores
Agora, pesquisadores da Universidade de Bangor, no Reino Unido, e da Universidade Sueca de Ciências Agrícolas (SLU), em um estudo recentemente publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, apontam que a regra das árvores não se aplica às estruturas vasculares.
Para que água e outros nutrientes sejam transportados pelos canais internos da árvore eficientemente é preciso que o sistema mantenha a resistência hidráulica, para isso, é necessário que os canais possuam determinada dimensão.
No estudo, os pesquisadores calcularam que o volume dos canais deveria diminuir à medida que chegavam nas extremidades da árvore, causando maior capilaridade em relação à massa vegetal circundante. As novas proporções refinam a teoria da escala metabólica e melhoram a compreensão do sistema vegetal, além de permitir compreender porque árvores maiores são mais suscetíveis à seca e a sofrerem com as mudanças climáticas.
Embora seja uma ótima ‘dica’ para artistas, que era o que da Vinci pretendia, a regra das árvores de Leonardo não se sustenta no nível micro.
Ruben Valbuena, coautor do estudo, em resposta à Phys
Além de entender melhor o funcionamento dessas plantas, a pesquisa também tinha como intenção produzir uma proporção mais precisa dos canais vasculares do que a proposta pela regra das árvores. Assim, os pesquisadores podem estimar a biomassa e o carbono retido nas florestas, ajudando no cálculo global da captura de carbono pelas plantas.
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Fonte: Olhar Digital
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