Nesta sexta-feira (22), cidades do Rio Grande do Sul amanheceram sob chuva forte, rajadas de vento e muitos raios. Em Taquara, na região metropolitana de Porto Alegre, o Observatório Heller & Jung registrou mais de 100 ocorrências entre cerca de 4h e 6h30 (pelo horário de Brasília). 

De acordo com o responsável pelo observatório, professor Carlos Fernando Jung, diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) na região Sul, esta foi uma das maiores tempestades de raios dos últimos anos. “No mês passado, o observatório captou 234 raios em três dias. Desta vez, foram 119 em pouco mais de duas horas”.

Segundo Jung, o Efeito El Niño tem acentuado o número de temporais com raios e granizo.

A tempestade avançou pelo sul do estado em direção ao centro, região metropolitana e Vale dos Sinos durante a madrugada, carregando grandes volumes de preciptação. De acordo com o MetSul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais computou 87 milímetros de chuva em Rosário do Sul. Em Uruguaiana, na fronteira oeste, foram 50 milímetros. 

Tempestade de raios é consequência do calor

O temporal atingiu a capital e a região metropolitana pouco antes das 5h, com vários pontos marcando 20 milímetros ou mais de chuva em apenas meia hora.

Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), a instabilidade é consequência do avanço de ar muito quente para a região a partir de uma bolha de calor instalada entre o Paraguai e o centro-oeste do Brasil, onde as temperaturas passam de 40ºC. Devido à umidade sobre o RS, o ingresso de ar muito quente a partir do norte e do noroeste do estado acaba formando nuvens muito carregadas.

Na quinta-feira (21), o INMET emitiu alerta laranja, informando que o tempo adverso poderia ocasionar cortes na energia elétrica, estragos em plantações, quedas de galhos de árvores e de objetos altos e alagamentos.