A inteligência artificial já é uma aliada das farmacêuticas em busca de novos medicamentos. Mas a tecnologia pode ter uma participação ainda maior em ensaios clínicos. A IA é capaz de encontrar os melhores participantes para determinado estudo e até reduzir o número de pacientes necessários para testar remédios. Isso significa uma diminuição no tempo para criação de novas drogas, bem como do investimento financeiro em pesquisas.
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Uso da IA para o desenvolvimento de medicamentos
Amgen
A Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora de medicamentos dos Estados Unidos, disse que recebeu cerca de 300 pedidos que incorporam IA ou aprendizado de máquina no desenvolvimento de medicamentos de 2016 a 2022. Mais de 90% dessas aplicações vieram nos últimos dois anos e a maioria foi para o uso de IA em algum momento do estágio de desenvolvimento clínico.
Antes da tecnologia, a Amgen passava meses enviando pesquisas a médicos de Joanesburgo, na África do Sul, ao Texas para perguntar se havia pacientes com características clínicas e demográficas relevantes para participar de determinado ensaio.
Mas agora, a ferramenta de IA da Amgen, ATOMIC, escaneia dados internos e públicos para identificar e classificar clínicas e médicos com base no desempenho passado no recrutamento de pacientes para testes.
Inscrever pacientes para um teste de estágio intermediário pode levar até 18 meses, dependendo da doença, mas o ATOMIC pode reduzir esse tempo pela metade. A empresa utilizou a ferramenta em diversos testes de medicamentos para condições como doenças cardiovasculares e câncer, e pretende usá-lo para a maioria dos estudos até 2024.
A farmacêutica disse que, até 2030, espera que a IA a tenha ajudado a reduzir em dois anos o tempo médio para se desenvolver um medicamento.
Bayer
Já a farmacêutica alemã Bayer usa a IA para reduzir o número de participantes necessários em testes de estágio final para asundexian, um medicamento experimental projetado para reduzir o risco de derrames a longo prazo em adultos.
A empresa disse que utilizou a tecnologia para vincular os resultados do ensaio de estágio intermediário a dados do mundo real de milhões de pacientes na Finlândia e nos Estados Unidos para prever os riscos de longo prazo em uma população semelhante ao ensaio.
De posse dos dados, a Bayer iniciou o teste em estágio final com menos participantes. Sem a inteligência artificial, a empresa teria gasto milhões a mais e levaria até nove meses a mais para recrutar voluntários.
Fonte: Olhar Digital
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