Em 1866, uma estrela que apareceu no céu noturno chocou os astrônomos. Anteriormente ela era visível apenas com telescópios, mas em semanas ela se tornou a segunda mais brilhante da constelação de Coronae Borealis, para logo depois ficar invisível a olho nu novamente. No entanto, parece que aquele não foi um evento inédito, um manuscrito medieval descreve um brilho que pode ser da mesma estrela, e agora um pesquisador aponta que esse evento pode acontecer de novo no próximo ano.

Estrelas como essas, visíveis a olho nu, são ocasionalmente chamadas de “novas estrelas” ou apenas “novas”, desde antes dos telescópios. À medida que aprendemos mais sobre o universo, as dividimos em dois grupos: as “supernovas” e as “novas”. Apesar das primeiras serem mais conhecidas, as outras podem ser impressionantes e importantes cientificamente.

As novas são geralmente formadas por um par de estrelas, uma gigante vermelha e outra anã branca. As explosões recorrentes que acontecem nesses sistemas é devido ao fato da anã branca ser mais quente e mais densa, assim quando ela se aproxima da gigante vermelha, sua gravidade acaba roubando material de sua companheira, superaquecendo-o e causando uma explosão de brilho. Em alguns casos, esse ciclo é regular, em outros nem tanto.

Explosões da nova

Além da explosão de 1866, na nova conhecida com T CrB a 2600 anos-luz de distância, outro evento desses foi percebido em 1946, sugerindo que ela seja regular com ciclos a cada 80 anos. Dessa forma, sua próxima explosão deveria acontecer em 2026, mas de acordo com Bradley Schaefer, existem evidências para que ela possa acontecer em abril de 2024.

O argumento levantado por Schaefer, é que a humanidade provavelmente já percebeu a nova em outras épocas e documentou esse aparecimento. Vasculhando registros antigos, ele encontrou possíveis avistamentos anteriores em um relato do reverendo Francis Wollaston por volta do Natal 1787 e outro em um relatório de Abbott Burchard de Upsberg, em 1217, ainda na época medieval. 

Assim, o astrônomo estipulou que a T CrB é uma nova com períodos variáveis entre as explosões. Para calcular a próxima vez que ela será visível a olho nu, ele usou o tempo de queda de brilho da pré-erupção, ao invés de usar a duração do intervalo anterior. Apesar de poderem existir brechas nos cálculos de Schafer, em breve poderemos confirmar se suas previsões estão corretas.