Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a cápsula contendo uma amostra do asteroide Bennu foi entregue de forma bem-sucedida à Terra pela missão OSIRIS-REx neste domingo (24).
Esta é a primeira vez que a NASA consegue trazer fragmentos de uma rocha espacial para o nosso planeta.
No sábado (23), após sete anos de missão, percorrendo um total de 6,2 bilhões de quilômetros (entre ida, sondagem e volta), a espaçonave lançou o “pacote” na órbita da Terra a 101 km de altitude, e seguiu viagem rumo ao asteroide Apophis, de quem deve se aproximar até 2029.
Com o auxílio de paraquedas, a cápsula pousou às 11h52 (pelo horário de Brasília), no oeste dos EUA, na região desértica ao redor do Campo de Teste e Treinamento Militar de Utah. Ela atingiu velocidades de até 43.450 km/h e seu escudo térmico experimentou temperaturas de até 2.900ºC ao atravessar a atmosfera da Terra – levando aproximadamente 13 minutos para chegar ao solo.
Pouco mais de meia hora depois, dois funcionários da NASA se aproximaram para verificar se o processo havia avariado o invólucro. Em seguida, ele foi conectado a um helicóptero por meio de um palangre e transportado para uma sala limpa temporária montada no Campo de Provas Dugway do Exército dos EUA.
A agência compartilhou no X (antigo Twitter) o momento em que a cápsula chegou ao local, sendo recebida por uma equipe técnica, seguindo todos os protocolos de segurança exigidos.
O que vai acontecer com a amostra do asteroide Bennu?
Asteroides como Bennu foram formados há cerca de 4,5 bilhões de anos, na época em que os planetas do Sistema Solar estavam surgindo. “As rochas carbonáceas que compõem o Bennu, preservam amostras da nuvem de poeira que deu origem ao Sistema Solar”, disse Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital. “Isso significa que estudar o material de asteroides como este, pode ajudar a revelar o estado e a composição da matéria ao redor do Sol ‘bebê’, e até mesmo ajudar a explicar as origens da vida aqui na Terra”.
Segundo a NASA, durante dois anos, do fim de 2023 a 2025, a amostra será catalogada e analisada. Pelo menos 75% do conteúdo será preservado no Centro Espacial Johnson (JSC), em Houston, para pesquisas futuras.
A equipe do JSC supervisionará a distribuição do restante para mais de 200 pesquisadores de todo o mundo, que vão investigá-la para uma variedade de propósitos.
Uma linha de estudo, por exemplo, vai se concentrar em compostos orgânicos, como o carbono. Os cientistas acreditam que asteroides ricos desse elemento, como Bennu, podem ter ajudado a vida a se estabelecer na Terra, entregando orgânicos por meio de impactos.
Fonte: Olhar Digital
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