A Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto (FUNDHERP), em parceria com o Instituto Butantan, recebeu autorização da Anvisa para realizar ensaio clínico no Brasil com a técnica CAR-T Cell, que utiliza as próprias células de defesa do paciente modificadas em laboratório para combater o câncer no sangue.

O estudo tem como objetivo avaliar a segurança e eficácia do tratamento em pacientes com leucemia linfoide aguda B e linfoma não-Hodgkin B, que tenham recidiva da doença ou resistência ao tratamento padrão.

Segundo g1, o estudo será realizado em três etapas, começando por Ribeirão Preto e depois em São Paulo e Campinas. O processo de seleção dos pacientes será feito posteriormente. No total, 81 pessoas serão submetidas ao tratamento e monitoradas ao longo do estudo. Interessados devem entrar em contato pelo e-mail [email protected].

Acompanhamento

A Anvisa criou plano de acompanhamento, que envolverá revisões constantes de dados e informações do estudo, havendo ações esquematizadas até dezembro de 2024.

Com os resultados sendo positivos, o produto deverá ser registrado com rapidez para estar disponível no SUS.

Tipos de CAR-T no Brasil

O CAR-T Cell brasileiro é um dos três produtos de terapia gênica do tipo CAR-T registrados no País desde 2020, para tratamento de leucemias, linfomas e mielomas, porém, estão disponíveis apenas no sistema privado de saúde. Além disso, cerca de 40 ensaios clínicos com terapias avançadas experimentais estão sendo realizados no Brasil após a aprovação da Anvisa.

Vamberto Luiz de Castro foi o primeiro a ser tratado, mas morreu em 2019 após acidente doméstico. Ele teve remissão total.

O tratamento com o CAR-T Cell já trouxe resultados positivos para pacientes, como Paulo Peregrino, que teve remissão total do câncer em apenas 30 dias após 13 anos de luta contra a doença. Ele estava para receber cuidados paliativos, quando foi escolhido para realizar o tratamento.

No entanto, é importante ressaltar que, para os especialistas, a cura só pode ser considerada oficial após cinco anos sem indícios da doença.

Com essa nova etapa do estudo clínico autorizada, a expectativa é de que mais pacientes possam se beneficiar dessa terapia inovadora, caso os resultados sejam positivos.