Em 2018, um fotógrafo teve a surpresa de encontrar criatura aquática única durante expedição nas águas de Okinawa, (Japão). O animal chamava a atenção por possuir cerca de 20 tentáculos saindo de seu corpo, com dois olhos em cada ponta.

A aparência estranha se assemelhava a conjunto de óvulos e espermatozoides de coral. Curiosos, pesquisadores da Universidade de Viena (Áustria) e do Instituto Karolinska (Suécia) analisaram o organismo para descobrir sua verdadeira identidade. O estudo foi publicado na Current Biology.

Afinal, o que é esse organismo estranho?

Estrutura

A estrutura do aglomerado de parasitas é composta por dois subgrupos: os tentáculos e a esfera central. A esfera central é formada por cerca de mil indivíduos menores, em formato de espermatozoide, cujas caudas se unem a partir do centro do globo. Os tentáculos, por sua vez, são responsáveis por movimentar o aglomerado.

Para entender melhor essa criatura intrigante, os biólogos utilizaram técnicas de pesquisa morfológica, anticorpos e reconstrução do DNA. A partir desses métodos, eles conseguiram analisar as características e o funcionamento do organismo.

O estudo revelou que os tentáculos são responsáveis pela locomoção do aglomerado, enquanto os parasitas menores presentes na esfera central se reproduzem e buscam hospedeiros para se infiltrar. Essa estratégia única de atrair predadores para garantir a sobrevivência e reprodução é exemplo do fenômeno de seleção de parentesco, que favorece o sucesso reprodutivo dos parentes de um organismo, mesmo que isso signifique sacrificar a própria sobrevivência e reprodução do indivíduo.

A descoberta desta criatura estranha nas águas de Okinawa desperta grande curiosidade e evidencia o quanto ainda há para ser desvendado sobre o mundo dos parasitas e suas estratégias de sobrevivência. O estudo dos parasitas da sub-classe Digenea continua sendo tema de interesse para os cientistas, que buscam compreender melhor a biologia e o comportamento desses organismos fascinantes.