Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Resistência à prova: Red Bull Salzburg encontra dissidentes pela primeira vez na história

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A cria e o criador. A morte e o renascimento. O futuro e a resistência. 18 anos depois da incorporação do grupo Red Bull ao Austria Salzburg, o clube encontra pela primeira vez seus antigos torcedores, o grupo dissidente que disse “não” à mudança de escudo, “não” à mudança de cores, “não” ao futebol moderno e, especialmente, “não” à uma meia de goleiro – você vai entender.

O encontro entre Red Bull Salzburg e Austria Salzburg, pela segunda fase da Copa da Áustria, seria apenas mais um jogo de copa se não tivesse todo esse tempero. A realidade das equipes é completamente diferente, com o time da companhia de bebidas energéticas sendo amplamente o maior vencedor do país numa parceria de sucesso dentro de campo. O Red Bull Salzburg está em sua quinta edição de Liga dos Campeões seguida, enquanto o Austria Salzburg engatinha por divisões inferiores, num futebol semiprofissional.

Não foi uma “simples” mudança de nome que levou a ruptura entre o Red Bull Salzburg e parte de sua torcida. Fundado em 1933, o clube já teve sete nomes diferentes, duas vezes por conta de fusões com outras equipes, e cinco por patrocínios.

O período de maior êxito, anterior a Red Bull, havia sido com uma empresa de jogos de azar: a Casinos Austria levou o time a se chamar Casino Salzburg entre a década de 80 e os anos 90; a última parceria antes da chegada do grupo de energéticos mudou o nome, por oito anos, para Wüstenrot Salzburg, que é um banco local.

Apesar de tantas mudanças, desde os anos 80 a imagem do clube se fortaleceu local e internacionalmente apenas como “Austria Salzburg”, que curiosamente só foi o nome oficial por curtos períodos na história. Mas, então, o que há de tão diferente assim e que levou à fúria de parte dos torcedores?

Enquanto foi conhecido como Austria Salzburg, o clube passou longe de ser a maior potência do futebol austríaco. Os primeiros títulos nacionais só vieram na tal época como Casino Salzburg, mas o sucesso durou pouco e logo foi acompanhado de uma seca de 10 anos. Os mais tradionais clubes da Áustria eram o Rapid e o Austria Wien, equipes localizadas na capital Viena.

A Red Bull entrou na jogada que mudaria a história do Salzburg em 2005, com a promessa de um pomposo patrocínio que substituria o fracasso anterior com o banco local. A multinacional de bebidas energéticas, inicialmente, foi muito bem recebida, afinal chegava com o renome da empresa austríaca mais conhecida mundo. A aceitação, porém, logo começou a cair por terra com a proposta que visava não só voltar a mudar o nome do clube, mas também as cores, que historicamente passaram intocadas, e o escudo que passou a estampar a logo da empresa.

“Essa empresa destruiu parte de nossas vidas. Mudou nossas cores. Apagaram nossa história. Nós negociamos com eles por um tempo e tudo que nos ofereceram foi manter a cor da meia do goleiro como violeta. Nós queríamos manter nosso clube, nossa história, nossas cores”, declarou o torcedor Stefan Schubert, um dos dissidentes que formou o novo Austria Salzburg, fundado em 2005 com o mesmo nome que havia nascido em 1933.

Em entrevista para a BBC, Schubert, que também é dirigente do novo clube, confessou que quando decidiram refundar o Austria Salzburg não tinham ideia do tamanho do trabalho.

“Foi e ainda é muito trabalhoso, mas também é bastante divertido”, comentou.

Enquanto o Red Bull Salzburg dizimou a concorrência no futebol austríaco, com uma sequência de 10 títulos desde 2013 e 14 dos 18 que disputou desde a fundação, o Austria Salzburg disputa a terceira divisão. Mesmo chegando neste ano a maioridade, aos 18 de fundação, a equipe sofre para conseguir resultados relevantes dentro de campo – na própria Copa da Áustria, onde os times se enfrentam nesta terça, às 15h45, o melhor resultado foi uma eliminação nas oitavas de final.

“Todos sabíamos que este dia chegaria e eu tenho certeza que muitos dos torcedores torceram por isso”, concluiu Schubert.

Fonte: Ogol

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