Por Sócrates Cordeiro, CEO da CeosGo

Processos quase sempre são o calo das empresas. Em algumas instituições, eles são todos manuais, gerando retrabalho ou dependendo somente da boa vontade dos colaboradores. Em outras, eles não estão formalizados e se perdem quando um funcionário deixa a empresa.

Por causa disso tudo, muitas vezes os processos parecem ser causadores de problemas quando, na verdade, são essenciais na resolução dos desafios do negócio. Mas é claro que, quando não são bem estruturados e organizados, levam ao desperdício de recursos financeiros e de tempo e a um desgaste psicológico da equipe.

Dentre diversas metodologias para gestão de desempenho, destaco o Balanced Scorecard (BSC) ou Indicadores Balanceados de Desempenho em português. Criado em 1997 por professores da Universidade Harvard, esse modelo surgiu para desmitificar a visão de que, para obter sucesso, um negócio precisa focar unicamente em indicadores financeiros e contábeis. O BSC considera os processos como pilar fundamental é já ajudou grandes marcas a definir estratégias e elaborar planejamentos de maneira muito mais abrangente e efetiva.

Veja só: no BSC, são igualmente importantes os processos internos e as perspectivas financeira, de mercado/clientes, do crescimento. São quatro pilares que trazem inovação para a empresa e favorecem um olhar para o futuro. Isso porque os processos são parte intrínseca de todo o planejamento estratégico: se eu estruturo meus processos e atendo todas as perspectivas, reduzo desperdícios, gero economia e atendo melhor os meus clientes. Processos também levam os colaboradores a terem uma visão sistêmica do negócio e contribuem para que todos estejam abertos à inovação.

Área da saúde

Se o tema é pertinente para qualquer tipo de empresa, é ainda mais para instituições de saúde, onde cuidamos de vidas. Nesse caso, é preciso encontrar o equilíbrio entre atender melhor, de forma humanizada e com as melhores tecnologias disponíveis, gastando o necessário e mantendo os recursos para a empresa crescer.

A principal pergunta deve ser: como posso atender melhor e com mais qualidade o paciente? Uma resposta possível é preparar melhor os processos e, dessa forma, oferecer mais qualidade assistencial. Ter processos mais bem mapeados e até mesmo automatizados é o caminho para a redução de erros e condutas imprecisas que colocam em risco a saúde das pessoas e o crescimento da instituição.

Em minha experiência acompanhando instituições de saúde que buscam otimização e automação de processos, vejo que a adoção de tecnologias é essencial para garantir que todos os passos sejam sempre cumpridos. Deixar a prancheta de lado e contar com um sistema digital integrado e customizável de fluxos de trabalho definitivamente evita problemas críticos e mantém o foco da instituição no cuidado com o paciente, que é o mais importante.

Lembro aqui de uma instituição que tinha o desafio de reduzir as taxas de infecção hospitalar e cujos colaboradores usavam uma ficha para preencher manualmente todos os dados dos pacientes internados.  O hospital adquiriu nosso sistema de otimização e automatização de processos e pode criar seu formulário digital integrado ao prontuário do paciente, desenvolvendo uma plataforma com riscos muito menores de falhas e que aproveita muito melhor o tempo de todos os envolvidos na análise dos dados, dos gargalos e na busca por soluções. Algo que dependia totalmente da disponibilidade dos colaboradores, se tornou mais seguro e desenhado e manteve a equipe focada no problema principal.

Gestões maduras são abertas à inovação e sabem aproveitar cada colaborador de maneira estratégica. Otimizar processos beneficiam muito o paciente e ajudam os hospitais a alcançarem melhores resultados e a reduzir custos no sistema de saúde em geral. A sustentabilidade do ecossistema, afinal, é uma questão fundamental para garantir acesso e cuidado na saúde para todas as pessoas.