O sistema estelar TRAPPIST-1 possui seis exoplanetas com tamanhos semelhantes ao da Terra orbitando uma anã vermelha menos luminosa e quente que o Sol. Três desses mundos estão localizados na zona habitável da estrela, fazendo com que os cientistas se interessem por eles na busca por vida extraterrestre. Até agora, no entanto, os resultados mostram que talvez as coisas não sejam como esperado.
O sistema estelar está a cerca de 40 anos-luz de distância da Terra e o Telescópio Espacial James Webb analisou seus dois primeiros planetas. O TRAPPIST-1b e o TRAPPIST-1c estão orbitando em uma região quente demais para suportarem a água líquida e as observações recentes também indicaram ser pouco provável que eles possuam atmosfera.
Os dados do James Webb apontaram que os dois primeiros planetas podem ser rochas nuas ou possuírem uma atmosfera composta por moléculas pesadas, como o dióxido de carbono, e fina demais para ser detectada. Essa descoberta acaba por implicar na existência de vidas nos planetas da zona habitável, os TRAPPIST-1 d, e e f. Se os exoplanetas b e c tivessem uma atmosfera, tornaria mais provável a existência dela nos outros.
Contaminação das observações pela radiação estelar
Além disso, as observações também encontraram interferências causadas pela radiação da anã vermelha na análise dos exoplanetas. A luz emitida pela estrela acaba contaminando o espectro do planeta.
A luminosidade da estrela é importante nas observações, por permitir que os astrônomos observem a radiação filtrada pela atmosfera e determinem sua composição. No entanto, a anã vermelha é bastante ativa, possuindo manchas escuras e fábulas brilhantes que criam sinais fantasmas no espectro. Os pesquisadores apontam ser importante encontrar uma forma de contornar essas interferências, porque elas provavelmente também aparecerão na observação dos planetas da zona habitável.
Além da contaminação por manchas e fáculas estelares, vimos uma erupção estelar, um evento imprevisível durante o qual a estrela parece mais brilhante durante vários minutos há horas. Esta explosão afetou a nossa medição da quantidade de luz bloqueada pelo planeta. Tais assinaturas de atividade estelar são difíceis de modelar, mas precisamos considerá-las para garantir que interpretamos os dados corretamente.
Olivia Lim, autora principal do estudo, em resposta ao IFLScience
O exoplaneta b e c do sistema TRAPPIST-1 recebe muita radiação da anã vermelha, fazendo com se tivessem uma atmosfera considerável, elas fossem facilmente detectadas. Além disso, os resultados da observação, recentemente publicados no The Astrophysical Journal Letters, foram compatíveis com análises anteriores realizada por outro instrumento do James Webb.
Fonte: Olhar Digital
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