Você sabia que vermes podem possuir “emoções” primitivas? É isso o que um estudo pode ter revelado.

Especificamente, uma lombriga costumeiramente utilizada em pesquisas científicas, a Caenorhabditis elegans, pode ter tais sentimentos.

Nós temos costume de humanizar os sentimentos dos animais, mas a verdade é que estudar tais emoções não é algo fácil. Mas as mudanças no comportamento dos animais em resposta a um gatilho podem ser regulados por uma função cerebral similar a “emoções” básicas.

Vermes sentimentais?

Um estudo prévio sugeriu que a C. elegans dormem e caminham. A partir dele, cientistas da Universidade de Nagoya e do Colégio Mills na Universidade Northeastern se empenharam em determinar se as lombrigas têm outros estados comportamentais que podem ser regulados por emoções.

O IFL Science relata que a pesquisa, publicada na Genetics, fora de uma versão básica de medo, os vermes ignoraram comida e priorizaram correr para ficarem seguros.

A persistência desses animais em realizar esses comportamentos, além do fato de a resposta ser maior quanto mais estímulo sofrem, é ponto crucial sobre o porquê a equipe concluiu que os vermes têm emoções.

Pesquisas sugerem que persistência, escalabilidade e valência (valor emocional associado ao estímulo) são três pontos-chave das emoções animais.

Estudo pode servir analisar o comportamento humano

As descobertas dos pesquisadores podem trazer novos pensamentos acerca das emoções e comportamentos humanos.

Isto porque os estudiosos observaram que as lombrigas geneticamente modificadas que não conseguiam produzir neuropeptídeos (o equivalente aos nossos hormônios) continuaram a correr por períodos mais longos após sofrerem o choque elétrico.

Os autores pontuaram ainda que isso indica que as emoções podem ser controladas por mecanismos genéticos. Caso isso seja verdade, as muitas similaridades entre genes humanos e da C. elegans podem pavimentar novo caminho para a pesquisa genética relacionada às emoções humanas e alterações de humor.