A Austrália é conhecida por ser o lar de inúmeras espécies de aranhas e agora um grupo de cientistas encontrou recentemente no país um fóssil surpreendente do animal. Isso porque, ele permitiu a descoberta de um novo gênero e espécie de aracnídeos, além de ser o segundo maior fóssil de aranha do mundo.
No período Mioceno, a Austrália passou por mudanças no clima que transformaram o local em uma paisagem seca. Esses eventos permitiram que uma espécie de aranha conhecida como migalomorfas se diversificasse. No entanto, não sobraram muitos fósseis que permitam estudar essa diversificação, tendo o novo achado extrema importância para compreender a história evolutiva desses animais.
A nova espécie descoberta viveu entre 11 e 16 milhões de anos atrás, durante o período Mioceno e foi batizada de Megamonodontium mccluskyi. O gênero (primeiro nome) é em referência aos seus parentes vivos mais próximos, as aranhas de alçapão com pés em escova do gênero Monodontium. Já sua espécie (segundo nome) é em homenagem ao pesquisador que a descobriu, Simon McClusky, em 2020.
Evolução das aranhas
A aranha é o primeiro fóssil da família Barychelidae a ser encontrado, esse grupo possui espécies vivas atualmente em todo mundo e possuem hábitos de vida que dificultam que registros fósseis sejam encontrados. No estudo publicado apenas recentemente noZoological Journal of the Linnean Society, é descrito que o animal possuía em torno de 5 centímetros de comprimento, muito maior que seus minúsculos parentes vivos.
Existem cerca de 300 espécies de aranhas de alçapão vivas hoje, mas elas não parecem se tornar fósseis com muita frequência. Isso pode acontecer porque eles passam muito tempo dentro de tocas e, portanto, não estão no ambiente certo para serem fossilizados.
Robert Raven, aracnólogo e autor supervisor do estudo, em comunicado
A descoberta do fóssil permitiu que os pesquisadores já preenchessem algumas lacunas na história evolutiva das aranhas a partir da observação dos detalhes do animal que sobreviveram ao longo de milhões de anos. Uma microscopia eletrônica permitiu analisar detalhes das garras e cerdas nos pedipalpos, nas pernas e no corpo principal da aranha, que os pesquisadores acreditam ter sido útil para sentir produtos químicos e vibrações, defender a aranha contra atacantes e até emitir sons.
Fonte: Olhar Digital
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