Quase 100% do tráfego da internet do Brasil passa pela praia do Futuro, em Fortaleza. Isso porque ela abriga o segundo maior hub do mundo de sistemas ópticos submarinos. E o governo do Ceará pretende construir a maior usina de dessalinização de água do mar do país neste mesmo local. Diante disso, existem duas narrativas.

A TelComp, entidade representando empresas de data centers e telecomunicações, argumenta que a usina, se construída na praia do Futuro, colocará em risco os sistemas de telecomunicações, afetando a indústria e empregos relacionados ao setor de TI.

O governo cearense afirma que o projeto não apresenta nenhum risco ao funcionamento dos cabos submarinos localizados na Praia do Futuro. A nota enviada ao Olhar Digital também reforçou a importância da iniciativa.

Para falar mais sobre o assunto, recebemos o professor e especialista em transformação digital Fernando Moulin. Ele explicou o que temos de concreto sobre a possibilidade de o projeto derrubar a internet no Brasil.

Eu acho que a gente está diante de uma guerra de versões, mas o ponto de atenção levantado é interessante, porque hoje o Ceará é um grande hub de acesso dos cabos submarinos, sem os quais não existe a internet. Isso é um ponto de falha, assim a gente costuma dizer. Nas redes, quando você concentra demais os riscos em um único ponto, isso faz com que esse ponto fique mais suscetível a possíveis falhas.

Fernando Moulin

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