Uma rara inscrição grega parafraseando o Salmo 86 da Bíblia foi descoberta por arqueólogos da Universidade Hebraica de Jerusalém. O texto foi encontrado nas ruínas da Fortaleza da Hicrânia, no deserto da Judeia e data de cerca de 1500 anos atrás.
A inscrição foi feita em grego koiné, a mesma língua a qual foi escrita o Novo Testamento da Bíblia. Essa forma do grego era falada e escrita durante o período helenístico, o Império Romano e o início do Império Bizantino, além de ter sido usada como língua franca durante séculos depois em regiões do Mediterrâneo e do Oriente Médio.
Acredita-se que o texto tenha sido escrito por algum monge experiente, mas alguns erros de escrita indicam que o idioma nativo dele não era o grego koiné. Além disso, o estilo da inscrição indica que ela foi feita na Era Bizantina, por volta da segunda metade do século 6 d.C.
A descoberta da inscrição
O texto foi descoberto durante uma escavação em uma das áreas da fortaleza, onde anteriormente era um salão alongado revestido por pilares e construído com pedras finamente desenhadas. Uma dessas pedras continha linhas pintadas de vermelho e um adorno de cruz. A inscrição foi imediatamente reconhecida como grego koiné e o epigrafista Avner Ecker identificou a relação da inscrição com o texto cristão.
Os versículos originais do Salmo 86: 1-2, conhecido como “uma oração de Davi”, são: “Inclina os teus ouvidos, ó, Senhor, e responde-me, pois sou pobre e necessitado. Guarda a minha vida, pois sou fiel a ti”. Na versão encontrada pelos arqueólogos, o escriba escreveu apenas “Jesus Cristo, guarde-me, pois sou pobre e necessitado”.
Alguns dias depois dessa descoberta, outra inscrição foi encontrada nas proximidades, mas o texto ainda se encontra em análise. Além disso, também foi encontrado um anel de ouro com uma pedra azul no local que data do século 7 ou 8 d.C. A joia possui pouco mais de um centímetro de diâmetro e contém uma inscrição em árabe que significa “Deus desejou” (Mashallah, “مَا شَاءَ ٱللَّٰهُ”).
Os pesquisadores agora esperam voltar a Fortaleza da Hicrânia no início de 2024 para uma nova rodada de escavações.
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Fonte: Olhar Digital
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