O Eclipse Solar “Anel de fogo”, que vai ocorrer em 14 de outubro (um sábado), vai ser visível em todo o Brasil. E astrônomos europeus têm uma dica de como observar o fenômeno de forma barata e segura: desenterrar um globo de discoteca, que pode ser reaproveitado como instrumento astronômico e ferramenta educacional.

Para quem tem pressa:

Em um artigo ainda não revisado por pares, Robert Cumming, do Observatório Espacial de Onsala, na Suécia, e co-autores escrevem: “para fins astronômicos, a ótica dos globos de discoteca é semelhante à ótica da câmara estenopeica [também conhecida como câmara pinhole]”.

O artigo foi submetido à revista Physics Education e uma versão preliminar está disponível no arXiv.

Eclipse Solar e globos de discoteca

Eclipse solar com flare da luz do sol
(Imagem: PxHere)

Antes que os óculos de eclipse se tornassem comuns, a maneira padrão de ver o Sol com segurança era através de uma câmara pinhole. No caso dos globos de discoteca, as pequenas partes da superfície refletiva são “espelhos de cabeça de alfinete”.

Cada parte reflete cerca de tanta luz quanto uma câmara pinhole captura. Isso significa que, mesmo quando o Sol não está parcialmente obscurecido pela Lua, é criada uma imagem segura de ser observada.

Se posicionados adequadamente, os globos de discoteca permitem que muitas pessoas participem ao mesmo tempo, tornando-as uma ferramenta educacional ideal, escrevem os autores.

Depois de testar diferentes globos, os autores concluem que a melhor distância para focar a luz é de 15 a 91 metros de distância – ou seja, apenas possível em edifícios grandes, como museus, por exemplo. No entanto, se houver menos espaço disponível, os autores descobriram que imagens toleráveis podem ser projetadas a distâncias de mais de dois metros.

Diferentemente das ferramentas comumente usadas para projetar eclipses, como projetores de furo estenopeico, coadores ou copas de árvores, um globo de discoteca é capaz de funcionar para grandes multidões porque não trabalha apenas na área onde lança sua sombra, mas em toda a metade iluminada, o que pode projetar imagens solares em uma sala ou pátio inteiro.

Trecho do artigo

Os autores acrescentam que as imagens mais nítidas são produzidas ao projetar em um cartão branco rígido, em vez de paredes ou chão.