A Dark Energy Camera do Departamento de Energia dos Estados Unidos fez uma imagem impressionante de uma galáxia elíptica do tipo concha, maior do que a Via Láctea, na qual suas camadas se estendem por cerca de 150 mil anos-luz no espaço, formando uma espécie de cebola. A captura revela mais detalhes da formação e uma lente gravitacional causada por um aglomerado galáctico.

Na captura, a NGC 3923 exibe camadas simétricas que são semelhantes às de uma cebola. Assim como outras galáxias elípticas, ela se originou da colisão de outras formações galácticas, provavelmente espirais, onde a maior lentamente desviou as estrelas da menor para que se misturasse a seu halo. Essas movimentações resultaram no formato em que atualmente a galáxia pode ser observada.

As galáxias concha são classificadas como aquelas que possuem envelopes de gás cercando seus halos, representando 10% das formações galácticas elípticas. A NGC 3923, no entanto, é excepcional.

[A NGC 3923] Não só tem a maior concha conhecida de todas as galáxias de conchas observadas, mas também tem o maior número de conchas e a maior proporção entre os raios das conchas mais externas e mais internas. 

NOIRLab do National Science Foundation (NSF) dos Eua, em comunicado

Captura feita pela Dark Energy Camera
Captura feita pela Dark Energy Camera (Crédito: DESI Legacy Imaging Surveys/LBNL/DOE & KPNO/CTIO/NOIRLab/NSF/AURA)

Acredita-se que a galáxia tenha até 42 conchas curiosamente simétricas e sutis, diferentes das outras formações irregulares do tipo. As suas camadas externas teriam sido as primeiras a se formar, seguida pelas as mais próximas do núcleo.

Lente gravitacional

Além da galáxia concha, na captura da Dark Energy Camera também é possível ver muitas outras galáxias e uma lente gravitacional em torno de um aglomerado galáctico, o PLCK G287.0+32.9, na parte superior da imagem.

As lentes gravitacionais acontecem quando a luz de objeto distante passa pelo espaço-tempo distorcido por um objeto supermassivo à sua frente. Elas são ótimas aliadas dos astrônomos, pois a distorção e ampliação da luz de formações mais distantes, possibilitam que elas possam ser observadas com maior facilidade. Além disso, as lentes também podem ajudar a resolver questões como a natureza da matéria escura e a taxa de expansão do universo.