Segunda-feira, Novembro 25, 2024
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Passado e presente… Enquanto Lage sofre, Caçapa cumpre e Luís Castro é premiado

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Às vezes as coincidências da vida são cruéis e as do futebol, num efeito mimético, também. Um dia depois de Bruno Lage deixar o estádio Nilton Santos sob vaias e protestos da torcida, Luís Castro, um de seus antecessores, foi premiado na Arábia Saudita como treinador do mês. O contraste ainda é mais cruel para o torcedor do Botafogo, que se sustenta na liderança pelo sucesso dos trabalhos anteriores, mas já sem saber se será suficiente.

Castro, que optou por deixar o Botafogo em junho, tem 18 jogos no comando do Al Nassr e um aproveitamento invejável. O início do trabalho com o título invicto da Copa Árabe, contra o Al Hilal, e o time segue como pedra no sapato para Jorge Jesus, Neymar e companhia. Apesar do Al Hilal ser o líder do Campeonato Saudita, o prêmio de treinador do mês não saiu para o pressionado JJ, mas para Castro que conseguiu um “setembro perfeito”: quatro jogos e quatro vitórias na disputa nacional – o Al Hilal segue líder, mas a vantagem caiu para dois pontos.

Quando saiu do Botafogo, Castro surpreendeu a todos, disse repetidamente não se arrepender e ainda mostrou resquícios de mágoa. Há poucas semanas, ele lembrou o dia em que foi vaiado após o título simbólico da Taça Rio, ao qual foi relegado depois de um desempenho ruim no Campeonato Carioca. A recuperação veio a posteriori e o “abandono” do “filho”, como próprio Castro gostou de cunhar, foi com a cria bem encaminhada para o sucesso. Ainda haveria estrutura familiar para o filho crescer e prosperar, à época como líder com sete pontos de vantagem na 12ª rodada.

Luís Castro, afinal, não mentiu. O Botafogo prosperou. A saída do português deu lugar ao interino Cláudio Caçapa, que era auxiliar no Lyon da França e chegou sob total desconfiança. Caçapa mostrou brio, mas com pouca altivez. O filho de Castro cresceu sob o conceito de que funcionaria quase de forma autossuficiente, mas ainda recebeu uma notável melhora no aspecto defensivo. Com o brasileiro, o Botafogo ampliou a tal vantagem para 12 pontos, no curto espaço de três jogos.

Caçapa, hoje, treina o Moleenbek, modesto clube satélite de John Textor na Bélgica. Lá, o trabalho é cumpridor das expectativas para um time que subiu da segunda divisão: três vitórias, três empates e três derrotas. Nada extaordinário, mas numa zona de meio de tabela ótima para um clube longe da elite há mais de 20 anos.

E Bruno Lage? No ínterim, desde que cada um desses treinadores assumiu seu próprio rumo, Lage é quem tem o pior desempenho. A sorte parece ter sorrido ao português quando chegou a duas rodadas do fim do primeiro turno com um título bem encaminhado – e a verdade é que segue ainda hoje, mesmo que de 12 a vantagem tenha caído para sete pontos. O relógio corre contra todos os demais clubes, algo que Castro e Caçapa deixaram adiantado.

Apenas nas disputas nacionais que lhes competem, Bruno Lage vem com aproveitamento de 43,3%. Caçapa tem 44,4%, com a diferença que começou um trabalho do zero e sem um “filho” já criado. O pai, ou melhor, Luís Castro não é só o treinador do mês na Arábia Saudita, tem também um aproveitamento de 75%, uma sequência de seis vitórias e, provavelmente, uma preocupação para o ermo que deixou no Rio de Janeiro. Faltam 13 rodadas e o relógio corre, a questão é para quem o tempo será suficiente: Lage ou todo o resto?

Fonte: Ogol

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