Uma equipe da Universidade de Bristol (Inglaterra) desenvolveu, no Laboratório de Robótica, um robô capaz de fazer mamografias. Em formato de garra, o dispositivo é capaz de aplicar forças muito específicas numa faixa do seio de forma parecida a examinadores humanos. E pode detectar caroços usando tecnologia de sensores.
Para quem tem pressa:
Isso poderia revolucionar a forma como as mulheres monitoram a saúde de suas mamas, dando-lhes acesso a mamografias eletrônicas seguras, em lugares de fácil acesso – farmácias e postinhos de saúde, por exemplo – e com resultados precisos, segundo o MedicalXpress.
A equipe por trás do equipamento é uma mistura de pesquisadores de pós-graduação e graduação, supervisionados por Antonia Tzemanaki do Laboratório de Robótica de Bristol. O artigo da equipe, “Um mecanismo robótico de palpação radial para exame de mama (IRIS)”, foi apresentado na conferência RO-MAN.
Houve algumas tentativas no passado de usar tecnologia para melhorar o padrão pelo qual os profissionais de saúde podem realizar uma mamografia ao ter um robô ou dispositivo eletrônico para palpar tecido mamário fisicamente. Mas a última década de avanços tecnológicos em manipulação e tecnologia de sensores significa que agora estamos em uma posição melhor para fazer isso. A primeira pergunta que queremos responder como parte disso é se um manipulador especializado pode demonstrar a destreza necessária para palpar um tamanho e forma realistas de mama.
George Jenkinson, autor principal do artigo
Novo robô para mamografias
A equipe criou seu manipulador usando impressão 3D e outras técnicas de controle numérico computadorizado, além de empregar uma combinação de experimentos em laboratório e experimentos simulados numa mama falsa (de silicone) e seu equivalente digital, ambos modelados em um voluntário do grupo de pesquisa de Simulação e Modelagem em Medicina e Cirurgia do Imperial College de Londres.
As simulações permitiram à equipe realizar milhares de palpações e testar muitos cenários hipotéticos – por exemplo: calcular a diferença na eficiência ao usar dois, três ou quatro sensores ao mesmo tempo.
No laboratório, eles foram capazes de realizar os experimentos na mama de silicone para demonstrar que as simulações eram precisas e para descobrir experimentalmente as forças para o equipamento real.
Esperamos que a pesquisa possa contribuir e complementar o arsenal de técnicas usadas para diagnosticar o câncer de mama, e gerar uma grande quantidade de dados associados a ele que podem ser úteis para tentar identificar tendências em larga escala que poderiam ajudar a diagnosticar o câncer de mama precocemente.
George Jenkinson, autor principal do artigo
Próximos passos
A equipe irá combinar técnicas de mamografia aprendidas com profissionais com a IA e equipar completamente o manipulador com sensores para determinar a eficácia de todo o sistema na identificação de possíveis riscos de câncer.
O objetivo final é que o dispositivo e os sensores tenham a capacidade de detectar caroços com mais precisão e a uma profundidade maior do que é possível apenas com o toque humano. Também poderia ser combinado com outras técnicas existentes, como o exame de ultrassom.
Até agora, nós estabelecemos todas as bases. Mostramos que nosso sistema robótico tem a destreza necessária para realizar um exame clínico de mama – esperamos que no futuro isso possa ser uma verdadeira ajuda no diagnóstico precoce de cânceres.
George Jenkinson, autor principal do artigo
Fonte: Olhar Digital
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