Uma emocionante descoberta arqueológica emergiu na Estônia, em meio às obras de expansão de uma rodovia na cidade de Viru-Nigula. Arqueólogos encontraram ossos humanos nas proximidades da igreja local, confirmando as suspeitas de que ela e o cemitério anexo foram construídos na era medieval sobre os vestígios de um antigo assentamento viking.

Para quem tem pressa:

Onze esqueletos foram desenterrados durante as escavações, com indícios de que pelo menos quatro deles foram sepultados em uma vala comum. Estimativas preliminares sugerem que esses sepultamentos datam de algum momento entre os séculos 16 e 18. 

Ossos humanos e de animais, além de utensílios de cerâmica, foram encontrados em ecavação na Estônia. Crédito: Rene Kundla/ERR

Segundo o site Err.ee, as descobertas podem ajudar a entender os métodos de tratamento de doenças e lesões daquela época.

“Descobrimos várias patologias intrigantes, fraturas e lesões ósseas que são de grande interesse para a minha área de estudo. Por exemplo, um dos esqueletos apresentava uma fratura no fêmur. Será fascinante investigar como essa pessoa lidou com essa lesão. Claramente, alguém cuidou dela e a tratou. Muitos acreditam que fraturas graves como essa eram fatais naquela época, mas essas descobertas mostram que as pessoas conseguiam sobreviver e se recuperar, embora os métodos de tratamento fossem muito diferentes dos atuais”, explicou o bioarqueólogo e especialista em ossos Martin Malve pesquisador da Universidade de Tartu, na Estônia.

Escavações revelam ossos de animais e utensílios

Fragmentos de cerâmica, pregos e ossos de peixes e aves foram encontrados em abundância no local. Esses achados não apenas lançam luz sobre a dieta e o uso de utensílios da comunidade da época, como também incluem amostras de solo que estão sendo analisadas em busca de resíduos de plantas, fornecendo informações preciosas sobre as práticas agrícolas daquele tempo.

As descobertas de diferentes períodos despertam a imaginação e levantam especulações sobre os eventos que podem ter ocorrido em Viru-Nigula no fim da Idade Antiga, há oito séculos, e durante as Cruzadas.

“O romantismo das pessoas levou a sugestões de que a aldeia foi incendiada, ou que os alemães chegaram e a destruíram. Mas o que realmente aconteceu, não sabemos”, diz Malve. “Talvez parte da vila tenha sido abandonada ou demolida. Se você olhar os mapas do assentamento e a camada cultural da área, há evidências de que a igreja e o cemitério foram construídos bem no meio da aldeia”.

A escavação arqueológica em Viru-Nigula está programada para encerrar no domingo (8). Até lá, mais segredos sobre o enigmático passado dessa região podem ser revelados.