Conforme noticiado pelo Olhar Digital, a NASA completou com sucesso a primeira missão de retorno de amostras de asteroides da agência. Em 24 de setembro, a cápsula de armazenamento da sonda OSIRIS-REx pousou na região desértica ao redor do Campo de Teste e Treinamento Militar de Utah, no oeste dos EUA, contendo fragmentos de Bennu, uma rocha espacial de 525 m de largura rica em carbono.

Para quem tem pressa:

O invólucro foi entregue no dia seguinte ao Centro Espacial Johnson (JSC), em Houston, que abriga a maior coleção de astromateriais do mundo. Lá, em um novo laboratório projetado especificamente para a missão OSIRIS-REx, especialistas em curadoria vêm procedendo com a desmontagem meticulosa do Mecanismo de Aquisição de Amostra por Toque e Avanço (TAGSAM) para acessar a amostra. 

Este é um processo longo, lento e delicado, para o qual a equipe passou meses ensaiando. Acontece que, ao abrir a primeira tampa da cápsula (para acessar o TAGSAM), os cientistas se depararam com um problema. Na verdade, nas palavras do vice-líder de curadoria da missão OSIRIS-REx, Christopher Snead, em um comunicado, “o melhor dos problemas”.

Isso porque foi acumulado tanto detrito e poeira entre a tampa e o recipiente que protege a amostra, que a equipe vai levar mais tempo que o previsto para concluir o procedimento – o que não é ruim. “Há muito material abundante fora do TAGSAM que é interessante por si só. É realmente espetacular ter todo esse material lá”, disse Snead.

“A equipe de curadoria de astromateriais em Houston trabalha ao encontrar mais material do que o esperado no recipiente externo, fora do cabeçote de coleta”, diz a postagem do JSC no X (ex-Twitter).

Amostra do asteroide Bennu passa por análises variadas antes de ser distribuída

Quando o TAGSAM for retirado da cápsula, ele será inserido em um contêiner de transferência selado para preservar um ambiente de nitrogênio por cerca de duas horas, até ser totalmente desmontado.

Tudo será feito com o mais alto grau de segurança para evitar que o fragmento coletado do asteroide Bennu sofra qualquer contaminação externa e vice-versa.

Então, a amostra – incluindo o material excedente – vai passar por uma série de análises, para as quais serão utilizados um microscópio eletrônico de varredura, medições infravermelhas e difração de raios X, segundo a NASA.

“Temos todas as técnicas microanalíticas que podemos usar para realmente destrinchá-lo”, afirmou Lindsay Keller, membro da equipe de análise de amostras da OSIRIS-REx. “Quase até a escala atômica”.

A amostra será apresentada ao mundo em um evento especial no dia 11 de outubro, previsto para iniciar ao meio-dia (pelo horário de Brasília), com transmissão ao vivo em todas as plataformas digitais da NASA.

Ao longo de dois anos, do fim de 2023 a 2025, a amostra será catalogada e analisada. Pelo menos 75% do conteúdo será preservado no JSC para pesquisas futuras. A equipe supervisionará a distribuição do restante para mais de 200 pesquisadores de todo o mundo, que vão investigá-la para uma variedade de propósitos.