Sexta-feira, Dezembro 5, 2025
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Essa descoberta pode revolucionar tratamento de câncer e outras doenças

Ilustração clinicamente precisa de uma célula com câncer

Cientistas da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, descobriram um mecanismo para controlar uma proteína que ataca micróbios em células infectadas. Isso abre a possibilidade de novos tratamentos para toxoplasmose, clamídia, tuberculose e até câncer.

Para quem tem pressa:

Um estudo – liderado pela universidade, publicado na revista Science e divulgado pelo site Phys – descobriu o mecanismo de “fechadura e chave” que controla a proteína de ataque GPB1. Ela é ativada durante a inflamação e tem o potencial de atacar membranas dentro das células e destruí-las.

A descoberta da pesquisa

Célula aberta com material genético entrando, cercada de outras células
(Imagem: Christoph Burgstedt/Adobe Stock)

O estudo revelou como a proteína de ataque é controlada por meio de um processo chamado fosforilação. É assim:

O recém-descoberto mecanismo impede o GPB1 de atacar indiscriminadamente as membranas celulares. Ou seja, uma espécie de “guarda” sensível a perturbações causadas por patógenos dentro das células.

Essa descoberta foi feita por Daniel Fisch, um ex-aluno de doutorado no laboratório Frickel, que trabalhou no estudo. Para Eva Frickel, bolsista sênior da universidade que liderou o estudo, a descoberta é significativa pelas seguintes razões:

A PIM1 é uma molécula-chave na sobrevivência das células cancerígenas, enquanto o GPB1 é ativado pelo efeito inflamatório do câncer. Os pesquisadores acreditam que, ao bloquearem a interação entre PIM1 e GPB1, poderiam eliminar especificamente as células cancerígenas.

As implicações para o tratamento do câncer são enormes. Achamos que esse mecanismo de guarda está ativo em células cancerígenas, então o próximo passo é explorar isso e ver se podemos bloquear o mecanismo de guarda e eliminar seletivamente as células cancerígenas.

Eva Frickel, bolsista sênior da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e líder do estudo

Trajetória do estudo

Toxoplasma gondii, parasita unicelular comum em gatos
Toxoplasma gondii, parasita unicelular comum em gatos (Imagem: Wikipédia)

Eva e sua equipe conduziram essa pesquisa inicial sobre o Toxoplasma gondii, parasita unicelular comum em gatos.

Embora as infecções por Toxoplasma na Europa e em países ocidentais raramente causem doenças graves, em países sul-americanos pode causar infecções oculares recorrentes e cegueira, sendo particularmente perigoso para mulheres grávidas.

Os pesquisadores descobriram que o Toxoplasma bloqueia a sinalização inflamatória dentro das células, impedindo a produção de PIM1, o que significa que o sistema de “fechadura e chave” desaparece. Isso libera o GBP1 para atacar o parasita.

Ao desligar o PIM1 com um inibidor ou manipulando o genoma da célula, o GPB1 atacou o Toxoplasma e removeu as células infectadas.

Esse mecanismo também pode funcionar em outros patógenos, como clamídia, Mycobacterium tuberculosis e Staphylococcus, todos importantes patógenos causadores de doenças que estão se tornando cada vez mais resistentes aos antibióticos.

Eva Frickel, bolsista sênior da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e líder do estudo

Fonte: Olhar Digital

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