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‘Mudança climática está aqui’: planeta teve setembro mais quente da história, com temperatura média de 16,38°C

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O mundo bateu um novo recorde em setembro, que não representa nada de bom para humanidade. Após julho se tornar o mais quente já registrado na história do planeta e de ter registrado consecutivas quebras de recorde de calor, o nono mês do ano também entrou para estatística. Segundo anúncio feito nesta quinta-feira, 5, pelo programa de observação Copernicus, da União Europeia (UE), o mês de setembro foi o mais quente do mundo desde o início dos registros das temperaturas por uma margem extraordinária. “Passamos pelo setembro mais incrível de todos os tempos do ponto de vista climático. É algo difícil de acreditar”, declarou o diretor do C3S, Carlo Buontempo. “A mudança climática não é algo que acontecerá daqui a 10 anos. A mudança climática está aqui”, acrescentou. A temperatura média do mês foi de 16,38º Celsius na superfície do planeta, “rompeu o recorde por uma margem extraordinária”, afirmou Samantha Burgess, vice-diretora do Serviço de Mudança Climática Copernicus (C3S).

Grande parte do planeta enfrentou temperaturas acima da média em setembro, em um ano que, segundo projeções, deve ser o mais quente da história e no qual o hemisfério norte registrou o verão mais quente. A Europa viveu o mês de setembro mais quente desde o início dos registros, 2,51ºC acima da média de 1991-2020, e muitos países baterem os recordes nacionais de temperatura para o mês. A temperatura média da superfície do mar, excluindo as zona polares, também atingiu um recorde histórico em setembro, a 20,92ºC. Os cientistas afirmam que a temperatura mais elevada da superfície do mar, provocada pela mudança climática, faz com que os eventos meteorológicos extremos sejam mais intensos, como foi o caso da tempestade Daniel, que provocou inundações devastadoras na Líbia e na Grécia em setembro.

mudanças climáticas

Um relatório do programa Copernicus informa que a temperatura média de setembro ficou 0,93ºC acima da média do período 1991-2020 para o mês e 0,5ºC acima do recorde anterior, de 2020. Os recordes de temperatura geralmente são quebrados por margens muito mais estreitas, de 0,1ºC. O documento destaca que setembro foi quase 1,75ºC mais quente que a média para o mês no período pré-industrial, de 1850 a 1900.  As temperaturas médias do planeta de janeiro a setembro foram 1,4ºC superiores às registradas no período 1850-1900, quase superando o teto de 1,5ºC como limite de aquecimento estabelecido no Acordo de Paris de 2015. O limite é o objetivo mais ambicioso do acordo e é considerado essencial para evitar as consequências mais catastróficas da mudança climática. A temperatura média global de janeiro a setembro foi 0,05°C superior à do mesmo período em 2016, o ano mais quente registrado até o momento.

O fenômeno ‘El Niño’, que aquece as águas no Pacífico sul e provoca temperaturas elevadas em outras regiões, pode fazer com que 2023 se torne o ano mais quente já registrado. Os cientistas acreditam que os piores efeitos do atual ‘El Niño’ serão sentidos no final de 2023 e no início de 2024. Embora o ‘El Niño’ tenha influenciado as temperaturas elevadas de setembro, “não há dúvida de que a mudança climática o tornou muito pior”, disse Buontempo. Líderes mundiais se reunirão em Dubai a partir de 30 de novembro para a reunião de cúpula do clima COP28, em um momento de aceleração das consequências do aquecimento global.

No começo de setembro, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, alertou que o colapso climático já tinha começado. A declaração foi feita pelo observatório europeu, em que apontava 2023 como o ano mais quente da história. “Dado o excesso de calor na superfície dos oceanos, 2023 provavelmente será o ano mais quente que a humanidade já conheceu”, declarou Samantha Burgess, vice-diretora do serviço de mudança climática (C3S) do Copernicus. “Os três meses que acabamos de vivenciar foram os mais quentes em quase 120 mil anos, ou seja, desde o início da história da humanidade”, afirmou.

As temperaturas médias mundiais durante os três meses do verão no hemisfério norte (junho-julho-agosto) foram as mais elevadas já registradas. Ondas de calor, secas, inundações e incêndios têm sido registradas em todas as partes do mundo, com Ásia, Europa e América do Norte sofrendo durante o verão boreal em proporções dramáticas e, em alguns casos, sem precedentes, com mortes e danos elevados para as economias e o meio ambiente. O hemisfério sul também foi afetado, em pleno inverno, por recordes de calor e fenômenos atípicos.

*Com informações da AFP

 

 

 

Fonte: Jovem Pan News

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