A série Encontros Extraterrestres, recentemente lançada pela Netflix, relata uma série de avistamentos de alienígenas e OVNIs. Entre eles, um caso de 1994 que aconteceu em uma escola particular no Zimbábue. A história chamou atenção da mídia na época e alguns especialistas apontam que, na verdade, se trata de um caso de histeria coletiva, mas o que realmente aconteceu?
Era dia 16 de setembro de 1994, quando na Escola Ariel em Ruwa, no Zimbábue, alunos alegaram ter visto uma nave prateada descer do céu e pousar próximo ao local. O avistamento aconteceu durante o intervalo, enquanto as crianças brincavam no pátio e os professores realizavam uma reunião no interior do prédio.
O disco voador prateado teria descido em uma colina próxima, fora dos limites da escola. Os alunos da Escola Ariel teriam se aproximado para ver do que se tratava, quando viram figuras descendo da espaçonave. Após o fim do acontecimento, que durou cerca de 15 minutos, as crianças o relataram aos seus professores, que receberam a história com bastante ceticismo. No entanto, quando foram para casa contaram sobre o avistamento para seus pais que questionaram a escola.
Relatos das crianças
O caso chegou a uma pesquisadora local de OVNIs, chamada Cynthia Hind, que foi até a escola no outro dia investigar o acontecimento. Ela pediu que as crianças desenhassem o que viram, e o resultado foi discos voadores pratas, alguns deles mostrando figuras alienígenas.
Parecia que estava brilhando nas árvores. Parecia um disco. Como um disco redondo. Eu vi algo prateado no chão entre as árvores. E uma pessoa vestida de preto.
Relato de uma das crianças a BBC, alguns dias depois do avistamento do OVNI
Além dos desenhos, as crianças também foram entrevistadas por Hind e aí as coisas ficaram ainda mais estranhas. A pesquisadora aponta que mesmo que as crianças tenham interpretado o avistamento de formas diferentes, dependendo de suas origens e da forma como foram criadas, o que elas relataram era bastante parecido.
Em entrevista ao programa TV Sightings, Hind disse que não acreditava que aqueles relatos haviam sido inventados pelas crianças, isso porque, segundo ela, os alunos da Escola Ariel não possuíam acesso à mídia sobre OVNIs para contaminar seus testemunhos, dando credibilidade para que o encontro fosse real.
Alguns meses depois de Hind, foi a vez de um psiquiatra de Harvard, John Mack, conversar com as crianças. Em entrevistas, os alunos disseram que os alienígenas haviam feito contato telepático com eles e transmitido uma mensagem ambiental. Mack, conferiu mais credibilidade à história e relatou que o acontecimento era genuíno.
OVNIs e histeria coletiva
Em investigações recentes sobre o avistamento do OVNI, especialistas apontaram que as técnicas de entrevista adotadas por Mack foram desleixadas. O psiquiatra chegou a Escola Ariel meses depois do acontecimento, tempo o suficiente para as crianças terem consolidado a história em suas mentes.
Já no caso de Hind, as entrevistas com os alunos foram realizadas em grupos de 4 a 6 crianças, fazendo com que a semelhança dos relatos seja menos impressionante do que ela fez parecer na época. Além disso, suas alegações de que as crianças não tinham contato com a mídia sobre OVNIs não eram verdade.
Na época o país passava por uma febre de OVNIs e dois dias antes do suposto avistamento havia acontecido a reentrada de um foguete Zenit-2 na atmosfera. Os locais, sem saber qual objeto era aquele, realizaram diversas ligações para a Rádio ZBC alegando ter visto um OVNI.
Assim, a explicação mais óbvia do que realmente aconteceu em 1994 no Zimbábue é de que as crianças passaram por um evento de histeria coletiva ou que tudo não passou de uma brincadeira entre elas.
Fonte: Olhar Digital
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