A Amazônia está sendo fortemente afetada pela seca e especialistas apontam que a região poderá viver a pior situação já registrada em sua história. Segundo previsão do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), a falta de chuvas pode se estender para o ano de 2024. O cenário é preocupante para os habitantes do local, mas também para o Brasil como um todo, uma vez que os problemas no Norte do país podem afetar a disponibilidade de água e a produção de energia elétrica em outras partes do território brasileiro.
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El Niño
Seca na Amazônia
Apesar de ainda não se tratar de um “Super El Niño”, o registro de uma série de eventos extremos preocupa.
A Amazônia já passou por alguns períodos de estiagem, em 2005, 2010 e 2015, que foram os responsáveis por períodos de seca extrema na região. Atualmente, o Brasil se encontra em um período que é tradicionalmente mais seco, em decorrência do fenômeno, mas também do aquecimento intenso do oceano Atlântico.
Os oceanos estão mais quentes que o normal e isso muda a dinâmica dos ventos, fazendo com que ocorram esses extremos em relação aos eventos climáticos.
Pedro Luiz Côrtes, professor da Escola de Comunicações e Artes (ECA) e do Instituto de Energia e Ambiente (IEE) da USP
O acúmulo de gases de efeito estufa na atmosfera faz com que a energia que nós recebemos do Sol seja retida de uma forma maior, conferindo mais energia para o sistema climático e fazendo com que os eventos aconteçam com uma intensidade muito maior.
Impactos no fornecimento de água e na produção de energia elétrica
Para o professor Pedro Luiz Côrtes, as consequências que estão sendo observadas mostram uma falta de preparo e antecipação dos governos estaduais, municipais e federais, já que essa previsão já estava disponível há alguns meses. A esfera governamental poderia, segundo ele, ter se preparado com o fornecimento de subsídios ou montando uma estrutura de suporte para que a população não sofresse tanto.
No caso da Amazônia, por exemplo, a falta de rodovias afeta diretamente a vida dos indivíduos, que dependem dos rios para a navegação pela região, característica que impede o recebimento de água, alimentos e medicamentos. Assim, o fenômeno apresenta implicações econômicas, sociais e ecossistêmicas, uma vez que a mortandade dos botos é apenas um sinal de um problema muito maior.
O professor também observa que a redução da estiagem, com um retorno de chuvas não muito intensas, está prevista apenas para janeiro. Com isso, a seca nessa região só conseguiria ser solucionada no primeiro semestre do ano que vem. Isso poderia afetar a disponibilidade de água e a produção de energia elétrica em outras parte do Brasil.
Fonte: Olhar Digital
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