A Amazon deu um passo rumo ao espaço ao enviar seus dois primeiros satélites de internet para órbita. Este feito marca o início da construção de uma constelação de mais de três mil satélites, o que torna a empresa uma rival direta do sistema Starlink da SpaceX, de Elon Musk. O objetivo é fornecer acesso à internet para milhões que atualmente não o possuem.
Para quem tem pressa:
Os protótipos de satélites foram lançados do Cabo Canaveral, na Flórida (EUA), a bordo do foguete Atlas V, operado pela United Launch Alliance – uma joint venture entre Boeing e Lockheed Martin. A Amazon confirmou, pouco após o lançamento, que os satélites tinham sido implantados com sucesso na órbita e a comunicação com eles foi estabelecida. As informações foram publicadas pelo jornal Washington Post.
Satélites da Amazon
Nos próximos dias e semanas, a Amazon planeja usar esses satélites para adicionar dados do “mundo real” do espaço aos anos de dados coletados em testes laboratoriais e de campo. Esta etapa é crucial para aprimorar ainda mais o projeto da constelação Kuiper.
Fizemos extensos testes aqui em nosso laboratório e temos um alto grau de confiança em nosso design de satélite. Mas não há substituto para testes em órbita. Esta é a primeira vez da Amazon colocando satélites no espaço, e vamos aprender uma quantidade incrível, independentemente de como a missão se desenrole.
Rajeev Badyal, vice-presidente de tecnologia da Kuiper
Com um investimento planejado de mais de US$ 10 bilhões (aproximadamente R$ 56 bilhões) na rede, a Amazon tem como meta lançar seus primeiros satélites operacionais no primeiro semestre de 2024, com testes preliminares com clientes comerciais previstos até o final de 2024.
Sob sua licença da Comissão Federal de Comunicações, a empresa está programada para lançar metade dos 3.236 satélites planejados até julho de 2026.
O propósito primário dessa constelação é conectar milhões de pessoas em áreas rurais e remotas que atualmente não têm acesso à banda larga. O sistema funcionará transmitindo sinais de internet dos satélites para terminais terrestres pequenos.
Enquanto a Amazon entra no campo das constelações de satélites, ela se coloca como uma futura concorrente do serviço Starlink da SpaceX, que tem ganhado uma rápida expansão e se tornou uma peça vital em diversas regiões, inclusive na Ucrânia.
No entanto, especialistas ouvidos pelo jornal indicam que levará alguns anos até que o sistema da Amazon esteja totalmente operacional e ofereça uma competição real.
Obstáculos no caminho
Além do desafio do prazo, a Amazon enfrenta questões contratuais para o lançamento de sua rede Kuiper, tendo concedido contratos para uma série de foguetes que ainda não realizaram voos operacionais.
Isso gerou um processo movido por um acionista que alega que a empresa violou seu dever fiduciário ao não considerar a SpaceX como uma opção para o lançamento.
A Amazon negou as alegações, destacando que estão confiantes na viabilidade e no sucesso de seu projeto. Dave Limp, vice-presidente sênior de dispositivos e serviços da Amazon, ressaltou a importância de manter um diálogo aberto com a SpaceX.
Enquanto a SpaceX mantém uma liderança sólida com o Starlink, a Amazon está determinada a estabelecer sua presença no espaço. Com centenas de milhões de pessoas ainda sem acesso à internet de alta qualidade ao redor do mundo, a empresa acredita que há espaço suficiente para duas grandes constelações.
Além disso, a companhia aposta que a sua constelação, baseada na vasta infraestrutura de clientes e serviços em nuvem da Amazon Web Services (AWS), tem o potencial de oferecer conectividade de alta velocidade excepcional.
Fonte: Olhar Digital
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