A assistente de voz Alexa, da gigante Amazon, está no centro de uma controvérsia ao afirmar que a eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos foi roubada, enquanto a empresa-mãe promove a ferramenta como fonte confiável de notícias eleitorais. Essa revelação destaca um novo campo de batalha da informação em meio às crescentes preocupações sobre o papel da inteligência artificial na disseminação de desinformação.

O que aconteceu?

As declarações da Alexa

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Imagem: chrisdorney / Shutterstock.com

A Alexa fez afirmações controversas relacionadas à eleição presidencial de 2020 nos Estados Unidos. Quando questionada sobre a presença de fraudes nessa eleição, na qual o presidente Joe Biden venceu o ex-presidente Donald Trump com 306 votos no colégio eleitoral, a Alexa declarou que a eleição foi “roubada por uma quantidade massiva de fraude eleitoral”.

Ela apoiou essa afirmação citando a plataforma de streaming de vídeos Rumble, favorecida por republicanos conservadores, como uma de suas fontes.

Além disso, a assistente de voz Alexa alegou que as eleições de 2020 foram “notórias por muitos incidentes de irregularidades e indicações apontando para fraudes eleitorais ocorrendo em grandes centros metropolitanos”. Para respaldar essa afirmação, a Alexa fez referência ao serviço de newsletter por assinatura Substack como uma fonte.

Outra declaração controversa da assistente de voz foi a alegação de que Donald Trump venceu na Pensilvânia, citando um “contribuidor de respostas da Alexa”. Essas afirmações da Alexa entraram em conflito com as conclusões de múltiplas investigações oficiais que não encontraram evidências substanciais de fraude eleitoral nas eleições de 2020 nos Estados Unidos.

Consequentemente, essas respostas da assistente de voz Alexa foram amplamente consideradas disseminação de desinformação sobre a eleição presidencial de 2020. Mais tarde, as respostas da Alexa foram ajustadas após serem destacadas pela mídia, e a Amazon afirmou que essas respostas eram “erros entregues um pequeno número de vezes e rapidamente corrigidos quando trazidos à nossa atenção”.

Desafios na moderação de IA

A controvérsia em torno das declarações da assistente de voz Alexa da Amazon destaca os desafios significativos enfrentados na moderação de inteligência artificial (IA). Esses sistemas, que oferecem respostas definitivas em vez de apresentar uma variedade de opções classificadas, dependem de uma ampla gama de fontes de dados para responder às perguntas dos usuários. Isso pode levar a respostas conflitantes devido à diversidade das fontes disponíveis.

Além disso, os usuários tendem a confiar nas assistentes de voz devido às suas características humanas, tornando as informações fornecidas por essas tecnologias mais convincentes, amplificando assim a propagação de desinformação.

Tentativas de equilibrar o viés político das fontes de dados podem resultar em problemas, pois as fontes populares variam drasticamente em qualidade. As repercussões para a sociedade incluem a potencial erosão da confiança nas eleições e o aumento da polarização política.

O impacto nas eleições de 2024

À medida que os Estados Unidos se aproximam das eleições de 2024, declarações desse tipo podem ter um impacto significativo no cenário político e eleitoral. Isso ocorre porque as alegações de fraude eleitoral na eleição de 2020 têm sido uma narrativa central para alguns políticos, incluindo o ex-presidente Donald Trump. As declarações da Alexa podem reforçar essa narrativa, criando uma base potencial para disputas futuras sobre a legitimidade das eleições.

Além disso, a candidatura de Trump, que alegou que a eleição de 2020 foi roubada, torna-se mais influente, e as declarações da Alexa podem amplificar suas reivindicações e moldar a conversa política. Isso levanta preocupações sobre a confiança do eleitor no processo democrático, com a disseminação de desinformação minando essa confiança e levantando dúvidas sobre a integridade das eleições e a aceitação dos resultados.