No início da madrugada desta terça-feira (10), a Lua atinge o apogeu, que é o ponto mais distante da Terra em sua órbita atual ao redor do planeta.

De acordo com o guia de observação astronômica InTheSky.org, isso acontece às 0h41 (todos os horários aqui mencionados têm como referência o fuso de Brasília).

A distância da Lua em relação à Terra varia porque sua órbita não é perfeitamente circular – é ligeiramente oval, traçando um caminho conhecido por elipse. À medida que a Lua atravessa esse caminho elíptico ao redor do planeta a cada mês, sua distância varia 14%, entre 356.500 km no perigeu (aproximação máxima) e 406.700 km no apogeu.

Imagem: Triff – Shutterstock (Terra/fundo) – Edição: Olhar Digital

“Esses valores são médios porque, na prática, variam bastante devido às influências gravitacionais do Sol e dos outros planetas do Sistema Solar” diz Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB), diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.

O tamanho angular do astro também varia pelo mesmo fator, e seu brilho também se altera, embora isso seja difícil de detectar na prática, já que as fases da Lua estão mudando ao mesmo tempo. Nesta terça, por exemplo, ela está atravessando o fim da fase minguante – a última do ciclo atual, começando um novo ciclo (ou seja, a fase “nova”) no sábado (14).

O tempo do circuito perigeu-apogeu-perigeu da Lua é de 27,55 dias. Isso é um pouco mais seu período orbital, que é de 27,322 dias. “Esse período é chamado de mês sideral, e é diferente do mês sinódico, que é o período de 29,5 dias entre duas novas, porque como a Terra também está girando em torno do Sol, a Lua precisa de um pouco mais de uma volta para apresentar o mesmo alinhamento com o Sol, e consequentemente, a mesma fase”, explica Zurita.

Lua em conjunção com Vênus

Um pouco mais tarde, às 6h45, a Lua aparece no céu da manhã pertinho de Vênus, em um fenômeno chamado conjunção astronômica. Já perto da hora do almoço, ocorre o chamado appulse, termo que se refere à separação mínima aparente entre dois corpos no céu, de acordo com o guia de astronomia Starwalk Space.

O que diferencia as duas expressões é que, embora o termo “conjunção” também seja utilizado popularmente para representar uma aproximação aparente entre dois astros, tecnicamente, a conjunção astronômica só ocorre no momento em que os dois objetos compartilham a mesma ascensão reta (coordenada astronômica equivalente à longitude terrestre).

Tomando por base um observador em São Paulo, a dupla estará visível durante a conjunção e o appulse, já que o período em que os corpos aparecerão juntos na paisagem celeste vai de 3h14 às 14h45.

Projeção da paisagem celeste de São Paulo minutos antes da conjunção entre a Lua e Vênus nesta terça-feira (10), que acontece já com o dia claro. Crédito: Stellarium Web

Segundo o site In-The-Sky.org, a Lua estará com magnitude de -10.6, e a de Vênus será de -4.5, ambos na constelação de Leão. Quanto mais brilhante um corpo parece, menor é o valor de sua magnitude (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o objeto mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.

O par não estará caberá dentro do campo de visão de um telescópio ou binóculos, mas será visível a olho nu.

Depois de Vênus, a Lua vai fazer conjunção com Saturno (24) e Júpiter (29). Essa série de conjunções ocorre porque o nosso satélite natural orbita a Terra aproximadamente no mesmo plano em que os planetas orbitam o Sol, chamado plano da eclíptica.