Medições recentes do Observatório de Dinâmicas Solares (SDO) da NASA revelam um enfraquecimento acelerado dos campos magnéticos nas regiões polares do Sol, sugerindo que os polos magnéticos norte e sul da estrela estão prestes a desaparecer.
Quando isso acontecer, haverá a inversão do campo magnético global do Sol, algo que se repete a cada 11 anos, em média, e era aguardado para 2025, mas que deve se adiantar já para o fim de 2023 – e ser ainda mais forte do que o previsto pelos cientistas.
Esse momento é conhecido como Máximo Solar, que representa o ápice de atividade do astro (ou seja, quando ele está mais “agitado”).
Inversões magnéticas têm sido observadas na fase de pico de cada ciclo solar desde que os cientistas começaram a medir campos magnéticos no Sol.
O físico Todd Hoeksema, diretor do Observatório Solar Wilcox (WSO), da Universidade Stanford, nos EUA, investiga a atividade solar desde 1980. Este já é o quinto desaparecimento dos polos magnéticos do Sol que o cientista acompanha. “Uma coisa que aprendemos com essas décadas de dados é que não há duas reversões de campo polar iguais”.
Em entrevista à plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, ele explica que, às vezes, a transição é rápida, levando apenas alguns meses para que os polos desapareçam e reapareçam em extremidades opostas do Sol. Outras vezes, isso demora anos, deixando o astro sem polos magnéticos por um longo período.
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Algo ainda mais estranho também pode acontecer, segundo Hoeksema. “Às vezes, um polo magnético muda antes do outro, deixando ambas as extremidades com a mesma polaridade por um tempo”.
Tipos de reversão magnética já observados no Sol:
Este último é o cenário que pode estar se desenrolando agora. O polo magnético sul do Sol desapareceu quase por completo, mas o polo magnético norte ainda está se mantendo, embora quase inexistente.
Como a inversão dos polos magnéticos do Sol afeta a Terra?
Uma maneira de sentirmos as inversões do campo magnético solar aqui na Terra é através da corrente heliosférica difusa (HCS).
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O Sol é cercado por um anel ondulado de eletricidade que o vento solar puxa e se estende até a borda do Sistema Solar. Essa estrutura é uma parte da magnetosfera do astro.
Durante as inversões de campo, a HCS atual torna-se extra ondulada e altamente inclinada. À medida que o Sol gira, os planetas mergulham e emergem dessas ondulações íngremes. Assim, no caso da Terra, por exemplo, toda essa dinâmica pode aumentar a incidência de tempestades geomagnéticas e auroras em consequência das partículas solares carregadas de radiação penetrando na magnetosfera do planeta.
Fonte: Olhar Digital
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