O renomado Festival de Cinema Mudo de Pordenone, na Itália, é palco da estreia mundial do filmeAmazonas, O Maior Rio do Mundo” nesta terça-feira (10). Esta obra, considerada um tesouro perdido, foi redescoberta na Cinemateca de Praga.

Para quem tem pressa:

O filme, datado de 1918, é aclamado por ser o primeiro longa-metragem filmado na Amazônia. Já naquela época, destacava a exuberante riqueza natural e os recursos desta área colossal, que abrange quase sete milhões de quilômetros quadrados. As informações são do jornal The Guardian.

Além da estreia na Itália, o filme será apresentado no Ji.hlava International Documentary Film Festival, na República Checa, e posteriormente no Brasil.

Saga do 1º filme sobre a Amazônia

Visão aérea da Amazônia
(Imagem: Valter Campanato/Agência Brasil)

A descoberta foi possível graças ao trabalho dos curadores do arquivo Národní filmovì. Após uma visita ao local, enviaram ao diretor do festival, Jay Weissberg, o link para o filme catalogado como “Maravilhas da Amazônia”, uma produção estadunidense de 1925.

Ao iniciar a exibição, Weissberg teve a impressão que o filme era mais antigo – e, portanto, não poderia ser a produção dos EUA mencionada. Após uma minuciosa pesquisa, a equipe suspeitou que se tratava da obra de Silvino Santos.

O negativo original tinha sido furtado pelo sócio do diretor, que o levou para a Europa. Este, sem o conhecimento de Santos, reivindicou a autoria do documentário e alterou seu título.

Em segredo, estabeleceu acordos para a comercialização do filme no continente europeu, onde foi exibido a partir de 1921. Em 1925, chegou também à Checoslováquia – mas estava desaparecido desde 1931.

Silvino Santos, um português que se estabeleceu no Brasil em sua juventude, foi um dos pioneiros do cinema brasileiro. Após contato com Weissberg, o pesquisador Sávio Stoco, de Belém, especialista no cineasta, confirmou que o filme era, de fato, a tão procurada relíquia perdida.

“Amazonas, O Maior Rio do Mundo” traz aos espectadores imagens deslumbrantes do rio, das cidades de Belém e Manaus e do povo Huitoto.