São três vitórias seguidas, duas contra rivais diretos na luta contra o rebaixamento e uma contra um grande rival, o Palmeiras. Marcelo Fernandes conseguiu, taticamente, dar uma nova cara ao Santos, que dá sinais de melhora no Brasileiro e consegue respirar fora do Z4.
Os 100% de aproveitamento sob o comando do novo treinador dão esperança ao torcedor santista não apenas pela sequência positiva. O Peixe já tem uma identidade em campo, e consegue mostrar evolução para além dos resultados.
Santos 0, Cruzeiro 3. Foi o último jogo de Diego Aguirre comandando o Peixe. O Alvinegro Praiano tinha o terceiro pior ataque do Brasileirão, e a terceira pior defesa.
Com Marcelo Fernandes, nos três jogos seguintes, o Santos marcou oito gols e sofreu apenas dois. Agora, vê cinco ataques menos eficientes, embora ainda tenha muito o que remar para deixar de ser a terceira pior defesa.
Para além dos números, o Peixe conseguiu uma performance mais sólida, atuando em um 5-3-2 que conseguiu potenciar mais o elenco santista, usando bem os nomes que já lá estavam, e também as contratações da última janela de transferências.
Marcelo Fernandes “reinventou” Dodô como zagueiro pelo lado esquerdo, sendo importante na saída 3+2 do time. João Basso é o defensor aberto do outro lado, e Joaquim atua centralizado. Tomás Rincón e Jean Lucas criam opção de passe no meio. Lucas Lima é o outro meia, que flutua com mais liberdade.
A ligação direta é uma opção usada constantemente, com João Paulo, ou um dos defensores, buscando bolas longas com três alvos principais: Marcos Leonardo ou Morelos, os dois atacantes, ou Lucas Braga. O tiro de meta, ou saída longa, com João Paulo procurando um desvio de Lucas Braga na ponta direita foi um comportamento bastante visto nos últimos jogos alvinegros.
O Santos tem uma transição ofensiva com muita verticalidade e objetividade. Jean Lucas é peça fundamental, com grande capacidade de condução de bola e infiltração no último terço. É o volante box to box que dá dinâmica para o time.
No ataque, Yeferson Soteldo já atuou avançado com Marcos Leonardo, assim como Morelos. O jovem, porém, é o grande protagonista, com quatro gols nas partidas sob o comando de Marcelo Fernandes. Marcos Leonardo ataca muito a profundidade avançando nas costas dos defensores, e vira a “flecha” para Lucas Lima ser o arco. A movimentação coordenada com o outro atacante, seja ele Morelos, ou Soteldo, também confunde a defesa inimiga. Soteldo, ou Morelos, também flutuam por fora da área, para dar espaço para as infiltrações de Jean Lucas.
Na fase defensiva, o Santos defende também no 5-3-2, induzindo o rival a jogar pelos flancos, mas fechando as linhas de passe de progressão. Marca em bloco médio, com linhas compactas para criar superioridade numérica no setor da bola. Rincón é muito decisivo no balanço defensivo. É o homem mais combativo, a figura central nos desarmes para iniciar os contra-ataques.
Rincón é decisivo, também, em outra arma importante do Peixe de Marcelo Fernandes: a bola parada. Dos oito gols do Santos com o técnico, Rincón marcou dois em jogadas ensaiadas de escanteio aparecendo na segunda trave, após desvio na primeira. Furch também marcou em lance ensaiado de escanteio, e Marcos Leonardo anotou em falta ensaiada. Ou seja, metade dos gols de Marcelo Fernandes sau em jogadas ensaiadas na bola parada.
Mais letal, com bola rolando ou parada, o Santos deu sinais de reação com Marcelo Fernandes, mostrando mais eficiência tanto na fase ofensiva, como também na defensiva. O Peixe deu os primeiros passos rumo à recuperação no Brasileirão. A caminhada ainda é longa.
Fonte: Ogol
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