A fábrica de talentos do Benfica segue aquecida, temporada após temporada. Depois de revelar nos últimos anos nomes como João Félix, Rúben Dias, Bernardo Silva, Cancelo e Renato Sanches, as Águias já têm uma nova promessa que desperta a atenção de gigantes pela Europa. João Neves, de 19 anos, ocupa o vazio deixado por Enzo Fernández, já foi premiado com a primeira convocação para a seleção portuguesa, e agora é disputado pelos rivais de Manchester.
O nome de João Neves surgiu na lista do belga Roberto Martínez, treinador de Portugal, como grande surpresa da última convocação. Renato Sanches e Matheus Nunes, jogadores de maior renome na posição, ficaram de fora. Sanches está lesionado e Nunes, que chegou com grande expectativa no Manchester City, ainda está em fase de adaptação e ficou de fora por opção técnica. Mas quem é João Neves?
A pergunta é mais do que válida e não passa por um simples desconhecimento. O jovem meia estreou como profissional em dezembro de 2022 e tem apenas 31 jogos como profissional. Desse total, só 13 jogos foram como titular, numa escalada que começou a partir da saída de Enzo Fernández para o Benfica. A história de João Neves, porém, começou no clube bem antes disso, quando foi captado aos 12 anos numa pequena cidade ao sul de Portugal, Taveira, localizada a mais de 300km de distância de Lisboa.
Menos de 72 horas. Esse foi o tempo entre a primeira convocação de João Neves e as notícias que começaram a pipocar na Inglaterra sobre a cobiça pelo talento. Manchester United e Manchester City incluíram o jogador no radar, já com a possibilidade de avançarem para uma transferência na próxima janela, de janeiro. A única certeza para ambos é a de que podem esperar um jogo duro do Benfica, da mesma forma como foi com Enzo Fernández.
Conhecido por ser um exímio vendedor, o Benfica vendeu Enzo a contragosto, já que vinha no mata-mata da Champions, mas com todos seus termos atendidos. A venda do argentino, então recém-campeão do mundo, foi selada por mais de 121 milhões de euros, numa transferência que se transformou na sexta maior da história. A quinta, não por acaso, também é das Águias e foi a de João Félix para o Atlético de Madrid. E o que João Neves tem a ver com isso? Tudo.
“Apesar de estar com uma ascensão muito grande, inclusive agora convocado, João Neves tem um handicap: se alguém de fora olhar para o número de gols e de assistências, não conseguirá ficar minimamente entusiasmado. Ou seja, é muito difícil chegar já um gigante e gastar muito dinheiro em alguém tão novo e que não tem essa garantia da presença nos gols. Para nós, que o conhecemos, sabemos que o João Neves é muito mais do que isso”, explica Luís Rocha.
João Neves, de fato, está longe de chamar a atenção pelos números. Nos tais 31 jogos como profissional, o meia tem um único gol e duas assistências. Mesmo sem chamar a atenção por esse aspecto, o jovem foi indicado ao Golden Boy e acabou eleito o melhor meia do Campeonato Português no mês de setembro.
“Aqui em Portugal fazemos muito a comparação com o João Moutinho, jogador que teve uma ascensão muito parecida no Sporting, onde foi o capitão mais novo da história. Mesmo sendo franzino e baixo, o João Neves é muito mais do que qualidade técnica ou visão de jogo, basta ver a forma como se comporta sem bola. É um jogador muito agressivo (no bom sentido) e que consegue ler muito bem o jogo adversário, o que faz com que seja exímio nas interceptações de bola”, afirma o jornalista.
“Hoje em dia, é muito arriscado dizer que algum jogador encaixa bem no Manchester United, porque é uma equipe com um problema de identidade. Algo que não se verifica no City, que é a resposta mais fácil. Só que, conhecendo as ideias de Ten Hag e o quanto ele gosta de jogadores disciplinados e com qualidade, diria que ele faz mais falta ao Manchester United. Caso o treinador consiga reverter este mau início e impor o seu estilo de jogo mais curto e apoiado”, conclui.
Fonte: Ogol
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