Cientistas no Reino Unido descobriram que podem proteger as galinhas da gripe aviária a partir da edição dos genes dos animais. Os resultados do estudo foram publicados na revista Nature Communications e podem representar uma nova estratégia para combater o vírus.

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Gripe aviária tem deixado autoridades em alerta

Enfermeiro vestido com equipamento de segurança segurando galinha
Gripe aviária é uma preocupação para as autoridades em saúde mundiais (Imagem: Peter Garrard Beck/Getty Images)

Edição dos genes de galinhas é uma alternativa

Pela primeira vez na história, pesquisadores fizeram edições específicas em um gene chamado ANP32 que é essencial para apoiar o vírus da gripe dentro das células das galinhas. O objetivo era impedir que as células infectadas se replicassem, interrompendo a evolução da doença.

Experimentos mostraram que quase todas as galinhas que passaram pela edição nos genes apresentaram maior resistência ao vírus. No entanto, quando os animais foram expostos a maiores quantidades de carga viral, as infecções conseguiram evoluir.

Podemos avançar para tornar as galinhas resistentes ao vírus, mas ainda não chegamos lá. Precisaríamos de mais edições – edições mais robustas – para realmente encerrar a replicação do vírus.

Wendy Barclay, especialista em gripe e professora do Imperial College de Londres

Os pesquisadores agora querem fazer três edições genéticas específicas nas células das galinhas com o objetivo de aumentar a proteção das aves ao vírus.

Ao contrário da modificação genética, que introduz genes estranhos, a edição genética altera os genes já existentes. A tecnologia é considerada menos controversa, mas carece de regulamentação em alguns países.

A edição genética oferece um caminho promissor para a resistência permanente a doenças, que pode ser transmitida através de gerações, protegendo as aves e reduzindo os riscos para humanos e aves selvagens. Nosso trabalho mostra que parar a propagação da gripe aviária em galinhas precisará de várias mudanças genéticas simultâneas.

Mike McGrow, professor da Universidade de Edimburgo e principal investigador do estudo