O ouro existente nas alianças, a platina usada nos eletrônicos e o irídio presente em nossas telas OLED percorreram um longo percurso no universo até se tornarem produtos para nós. Mas, você já se perguntou de onde esses metais preciosos vieram e como eles podem ser extraídos da superfície da Terra?
Durante anos, o que sabíamos era que impactos gigantescos trouxeram metais preciosos à Terra e que eles permaneceram na superfície graças a um oceano de magma derretido. No entanto, até agora cientistas se questionavam por que esses metais preciosos não afundaram para o núcleo da Terra, já que eles são elementos altamente siderófilos e, portanto, fortemente atraídos pelo ferro.
De acordo com um estudo publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, a resposta pode ter sido encontrada graças a um novo modelo de computador.
Segundo o estudo, depois que a maior parte da Terra se formou, ela foi atingida diversas vezes por protoplanetas rebeldes, incluindo um objeto do tamanho de Marte, conhecido como Theia, responsável pela criação da nossa Lua.
Embora esses protoplanetas também tivessem metais preciosos, quando eles se chocaram com a Terra esses elementos ficaram presos na superfície ao invés de serem atraídos pelo núcleo ferroso do planeta.
Segundo o estudo, após cada gigantesco impacto, uma imensa camada de magma se formou na litosfera, que é a crosta e o manto superior da Terra.
Os metais preciosos começaram a afundar neste oceano de magma até chegarem a uma camada de transição parcialmente fundida. Essa camada desacelerou a descida dos metais, permitindo que o manto inferior esfriasse e solidificasse antes que eles pudessem alcançar o núcleo.
Presos na manta terrestre, esses metais valiosos foram então submetidos à convecção de correntes térmicas provenientes do núcleo quente da Terra, que até hoje continuam a movimentar os metais preciosos pela Terra e trazê-los para a superfície.
Embora tudo isso tenha ocorrido a cerca de 4,5 bilhões de anos, vestígios desses impactos e de regiões de transição ainda permanecem na forma de duas Grandes Províncias de Baixa Velocidade de Cisalhamento (LLSVP na sigla em inglês), que são anomalias geofísicas gigantescas no manto profundo. Estima-se que representem até 9% do volume da Terra e estão localizadas na África e na Oceania.
Fonte: Olhar Digital
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