Sexta-feira, Setembro 20, 2024
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Cartunista do ‘The Guardian’ é demitido após tirinha considerada antissemita

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Um cartunista do jornal “The Guardian” foi demitido após a publicação de uma tirinha considerada antissemita. O trabalho de Steve Bell foi interpretado como uma referência a uma peça de Shakespeare, que envolve um agiota judeu caracterizado como extremamente ganancioso. A tirinha em questão retratava o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, operando seu próprio tronco, com um esboço da Faixa de Gaza na pele. O “Guardian” se recusou a publicar o trabalho de Bell, alegando que se tratava de uma referência ao personagem Shylock, de “O Mercador de Veneza”, em que o agiota judeu estabelece como fiança meio quilo da carne do devedor. Segundo Bell, quatro horas após mandar a tirinha ao jornal, ele recebeu um “telefonema sinistro”do jornal com a mensagem estranhamente enigmática ‘libra de carne’”. Vetado pelo veículo britânico, o cartoon foi divulgado no perfil do artista no X (antigo Twitter).

A expressão “meio quilo de carne” se popularizou como algo que o credor tem direito de receber, mas não é razoável exigir de alguém. No entanto, a tirinha gerou polêmica e foi considerada ofensiva à comunidade judaica. Bell defendeu seu trabalho, afirmando que a imagem fazia referência a uma tirinha de 1960 sobre o então presidente dos Estados Unidos, Lyndon B. Johnson, que tinha uma cicatriz no tronco em forma de mapa do Vietnã. Apesar disso, o jornal decidiu não renovar o contrato do cartunista, que afirmou estar devastado com a decisão.

Essa não é a primeira vez que Bell enfrenta acusações de antissemitismo. Há três anos, ele foi criticado por uma tirinha que mostrava o líder do Partido Trabalhista do Reino Unido, Sir Keir Starmer, segurando a cabeça do colega Jeremy Corbyn em um prato. Alguns interpretaram essa imagem como uma referência à cabeça do pregador João Batista sendo apresentada a Salomé, filha do rei judeu Herodes. O jornal “The Guardian” agradeceu a Bell pelos seus 40 anos de contribuição e desejou-lhe “tudo de bom”.

 

Fonte: Jovem Pan News

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