Atualmente é costume que correções em provas e trabalhos sejam feitas por professores em caneta vermelha, no entanto, uma tábua do Antigo Egito, mostra que a prática já era realizada há 4 mil anos.
É comum associarmos a escrita dos antigos egípcios aos hieróglifos tradicionais, encontrados adornando paredes e monumentos e em rolos de papiro. No entanto, sua complexidade fez com que fosse desenvolvida uma espécie de letra cursiva, mais fácil de ser praticada e memorizada por escribas médios. Mas, os rabiscos vermelhos indicam que esse aluno tinha alguns problemas com a escrita de frases e a ortografia.
Além do uso do vermelho das correções, a tábua feita de gesso mostra uma prática utilizada até recentemente. As tábuas de gesso, tal como as tábuas de ardósia usadas até o início do século 20 em alguns lugares, eram reutilizáveis. Depois de totalmente preenchidas, elas eram revestidas com cal e usadas novamente. Na imagem, no canto esquerdo do quadro, é possível ver o resto de um antigo texto que não foi apagado.
O conteúdo da tábua
No livro O Cetro do Egito, o egiptólogo William C. Hayes, especializado em interpretação de textos, conta mais sobre o aluno e o que ele escrevia. De acordo com ele, a tábua foi utilizada por um jovem chamado Iny-su que praticava a escrita de cartas em um tom ultra-educado e muito formal.
O começo da carta é bem típico do período, na qual os deuses de Tebas e cidades adjacentes são invocados em nome do destinatário, na qual o aluno usa o nome do próprio irmão. Já no restante da carta ele escreve sobre a entrega de várias partes de um navio, provavelmente uma barca sagrada.
Fonte: Olhar Digital
Comentários