Em sua missão de quatro anos em Marte, a sonda da NASA, InSight, registrou uma ampla gama de terremotos sacudindo o Planeta Vermelho. Tremores grandes e pequenos lentamente revelaram como é o interior de Marte e a atividade em seu núcleo. A sonda também mediu impactos de meteoritos, com rochas cósmicas atingindo Marte e fazendo-o soar como um sino.

O maior martemoto (abalo sísmico em Marte) já registrado também acreditava-se ter sido causado por uma colisão cósmica – mas acabou sendo algo diferente. O maior tremor em Marte foi registrado em 4 de maio de 2022, quando a sonda da NASA já estava com problemas para manter tudo funcionando. Seus painéis solares estavam ficando cobertos de poeira, e o inverno marciano se aproximava.

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Sonda InSight, da NASA, projetada para detectar abalos sísmicos em Marte pode diferenciar ruídos próprios do solo marciano daqueles provocados por meteoritos. Imagem: NASA

A detecção desse tremor foi, na verdade, fundamental para convencer a NASA a extrair o máximo de informações da sonda antes do fim de sua missão. E havia uma grande pergunta a ser respondida.

Qual foi a causa desse tremor?

O aspecto mais empolgante desta pesquisa foi reunir pesquisadores de todo o mundo para procurar a cratera, incluindo aqueles de nações que não costumam colaborar rotineiramente em pesquisas espaciais.

Dr. Benjamin Fernando ao IFLScience

Ainda acreditamos que Marte não tem tectônica de placas ativa hoje, então esse evento provavelmente foi causado pela liberação de estresse dentro da crosta de Marte. Esses estresses são o resultado de bilhões de anos de evolução, incluindo o resfriamento e a contração de diferentes partes do planeta a taxas diferentes. Ainda não entendemos completamente por que algumas partes do planeta parecem ter estresses mais altos do que outras, mas resultados como esses nos ajudam a investigar mais. Um dia, essas informações podem nos ajudar a entender onde seria seguro para os humanos viverem em Marte e onde devemos evitar!

Dr. Benjamin Fernando ao IFLScience

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O sismógrafo da NASA registra o maior terremoto já registrado em outro planeta. Imagem: NASA/JPL-Caltech

“Este experimento mostra o quão importante é manter um conjunto diversificado de instrumentos em Marte, e estamos muito felizes por termos desempenhado nosso papel na abordagem multinstrumental e internacional deste estudo”, explicou a Dra. Daniela Tirsch, Coordenadora de Ciências da Câmera de Alta Resolução a Bordo da Sonda Espacial Mars Express da ESA. Esses sentimentos são ecoados pelos outros colaboradores internacionais.

“Estamos dispostos a colaborar com cientistas de todo o mundo para compartilhar e aplicar esses dados científicos para obter mais conhecimento sobre Marte, e temos orgulho de ter fornecido dados dos imageadores coloridos da missão Tianwen-1 para contribuir com esse esforço”, acrescentou o Dr. Jianjun Liu, do Observatório Astronômico Nacional, Academia Chinesa de Ciências.

Esta tem sido uma ótima oportunidade para colaborar com a equipe InSight, bem como com indivíduos de outras grandes missões dedicadas ao estudo de Marte. Realmente, esta é a era de ouro da exploração de Marte!

Dr. Dimitra Atri, Líder de Grupo para Marte na Universidade de Nova York em Abu Dhabi e contribuinte de dados da espaçonave Hope dos Emirados Árabes Unidos