Você já teve curiosidade de saber o que existe dentro do planeta Terra? O centro da Terra está a quase 6.400 quilômetros abaixo de nossos pés, mais precisamente a 6.370 quilômetros. Para conhecer as camadas da Terra de forma prática, podemos informar que o máximo de profundidade que o homem já chegou foi a 12,2 km, e que levou quase 20 anos.
Essa dificuldade pode ser explicada pelos cientistas pela força da gravidade. Devido a essa força, todo material terrestre exerce uma força peso em direção ao centro da Terra. O que significa que quanto mais próximo do centro um material estiver, mais ele vai sofrer a ação do peso das rochas que estão acima.
O aumento gradativo da pressão faz com que, em determinado ponto, os próprios equipamentos sejam deformados. Esse fator é um dos principais empecilhos para a escavação de poços com mais de 12 quilômetros de profundidade.
Raio-X das camadas da Terra
A boa notícia é que os cientistas não precisam cavar de fato dentro da Terra para descobrir do que o planeta é formado e também para estudar esse material e as camadas que o formam.
A Ciência mediu as ondas sísmicas que transitam pela Terra e desenvolveu um estudo capaz de determinar a estrutura básica interna do nosso planeta. Basicamente podemos afirmar que a Terra é composta por crosta, manto e núcleo. Vamos explicar cada um deles.
Crosta
É o invólucro exterior que hospeda toda a vida, mas representa apenas 1% do volume total do planeta. Está dividida em crosta oceânica e crosta continental. De acordo com o projeto Seismin, da University College London, a crosta oceânica tem 5 a 10 km de espessura e está localizada abaixo dos oceanos, enquanto a crosta continental tem até 80 km de espessura.
A composição da crosta oceânica é de principalmente rocha basáltica e é mais densa que a crosta continental, que é em grande parte granítica. Sendo assim, quando uma placa oceânica colide com uma placa continental, a crosta oceânica mais densa viaja abaixo da crosta continental. O processo leva muito tempo, mas acaba enviando a crosta oceânica para o manto.
Manto
É a camada intermediária e representa 84% do volume da Terra. O manto não é líquido, mas é menos rígido do que o afundamento da crosta oceânica. A explicação é de Sunyoung Park, professora que estuda a estrutura interna da Terra na Universidade de Chicago.
Em entrevista ao Live Science, ela afirma que em escalas de tempo geológicas, o núcleo está quase agindo como um fluido, embora seja uma rocha sólida.
É composto de diferentes minerais, mas a bridgmanita é provavelmente o mais abundante. Atinge uma profundidade de cerca de 2.900 km e é dividido em manto superior e manto inferior.
A temperatura interna da Terra aumenta entre o limite do manto superior e a parte inferior do manto inferior, variando de cerca de 1.000 a 3.700 graus Celsius.
Núcleo
É a camada mais interna e representa os 15% finais. É como um mar de ferro fundido e níquel com 2.300 km de espessura. Este mar líquido, conhecido como núcleo externo, envolve uma bola de ferro predominantemente sólida (com cerca de 2.440 km de largura) chamada núcleo interno. O núcleo externo de ferro líquido gira em torno do núcleo interno, é o que dá à Terra seu campo magnético.
Também é sabido pelos cientistas que a Terra foi formada há cerca de 4,5 bilhões de anos e com o tempo, os elementos mais pesados, como o ferro e o níquel, por exemplo, migraram para dentro para formar o núcleo. O interior da Terra continua esfriando e, ao mesmo tempo, o núcleo continua crescendo.
Imagine que da mesma forma que a água se transforma em gelo, o ferro se solidifica e conforme isso acontece, ainda que muito lentamente, o núcleo interno continua crescendo.
O núcleo interno é quase tão quente quanto a superfície do Sol (cerca 5.200 C), mas a intensa pressão o mantém praticamente sólido. Dentro do núcleo interno está o núcleo mais interno, uma bola de metal sólido com 725 km de largura.
Negócio da China
Com todo esse conhecimento que os cientistas divulgaram, você pode imaginar que não há necessidade de continuar a perfuração do planeta, na prática. Mas vai se surpreender ao saber que a China segue firme na exploração das camadas internas da Terra.
Um poço com mais de 10 mil metros de profundidade, escavado na Bacia de Tarim, no noroeste do país, poderá revelar novos conhecimentos sobre áreas profundas da Terra.
Durante o processo, os equipamentos de perfuração pretendem penetrar a Terra e passar por mais de 10 camadas continentais, incluindo o sistema Cretáceo.
A perfuração começou em junho, mas enfrentará muitos desafios ao longo da empreitada. A Bacia de Tarim é uma das áreas mais difíceis de explorar devido ao seu ambiente de solo áspero e condições subterrâneas complicadas.
Outro fator complicado é a temperatura interna do planeta. A Terra mantém uma alta energia térmica interna, quanto maior a profundidade, maior será a temperatura, o que pode trazer fragilidade aos equipamentos de perfuração à medida que um poço avança.
Por essa razão, o acesso direto a regiões abaixo da crosta terrestre é impossibilitado pelas altas temperaturas e pressões envolvidas, o que impede o avanço dos furos. Assim, chegar diretamente ao núcleo ou até mesmo ao manto terrestre ainda é algo muito distante.
Com informações de: Smithsonian Magazine, Space.com e Universidade de Illinois Urbana-Champaign.
Fonte: Olhar Digital
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