Uma equipe internacional de cientistas lançou a iniciativa Polymathic AI. Esta colaboração pioneira usa a tecnologia por trás do ChatGPT com um foco específico: auxiliar cientistas na modelagem de fenômenos complexos, desde estrelas supergigantes até o clima da Terra.

Para quem tem pressa:

Enquanto o ChatGPT se destaca na interpretação de palavras e frases, a inteligência artificial (IA) da equipe absorverá dados numéricos e simulações físicas provenientes de diversos campos científicos. As informações foram divulgadas pela Universidade de Cambridge.

IA do ChatGPT na ciência

Ícone do ChatGPT num iPhone
(Imagem: Tada Images/Shutterstock)

O objetivo é revolucionar a forma como a IA e o aprendizado de máquina são utilizados na ciência, como destaca Shirley Ho, a principal pesquisadora da Polymathic AI e líder de grupo no Centro de Astrofísica Computacional do Instituto Flatiron.

O princípio subjacente à Polymathic AI é comparável a aprender um novo idioma quando já se dominam outros cinco. Iniciar com um modelo base pré-treinado pode ser mais eficiente e preciso do que construir um modelo científico do zero, mesmo quando os dados de treinamento não são diretamente relevantes para o problema em questão.

Miles Cranmer, co-investigador da equipe e pesquisador do Departamento de Matemática Aplicada e Física Teórica de Cambridge, aponta que a colaboração com a Fundação Simons proporcionou recursos valiosos para desenvolver protótipos desses modelos, um avanço significativo para a pesquisa científica.

Além de sua capacidade de reunir dados de diferentes disciplinas, a Polymathic AI pode identificar semelhanças e conexões entre campos aparentemente distintos – um feito importante à medida que a especialização científica avança.

Inteligência artificial polimática

Ilustração de mão humana quase tocando mão robótica de inteligência artificial
(Imagem: Willyam Bradberry/Shutterstock)

O projeto conta com especialistas de renome em física, astrofísica, matemática, inteligência artificial e neurociência, provenientes de instituições como a Fundação Simons, Universidade de Nova York, Universidade de Princeton e Laboratório Nacional Lawrence Berkeley.

Francois Lanusse, cosmologista do Centre National de la Recherche Scientifique (CNRS) na França, observa que a maioria das soluções de aprendizado de máquina são desenvolvidas para casos de uso específicos e treinadas em dados muito particulares.

A Polymathic AI, no entanto, rompe essas barreiras ao aprender com dados diversos e aplicar esse conhecimento multidisciplinar a uma ampla gama de questões científicas.

O projeto busca não apenas avançar em disciplinas individuais, mas também conectar áreas que historicamente operaram de forma independente.

A Polymathic AI é uma aposta audaciosa na convergência entre IA e ciência. E a comunidade científica vai acompanhar atentamente os avanços que essa colaboração pode gerar nos próximos anos.