Líderes do setor de inteligência dos Estados Unidos e de países aliados se reuniram nesta semana para discutir formas de combater a espionagem da China. Segundo relatórios de Washington, os espiões de Pequim não estão atuando mais apenas em prédios governamentais norte-americanos, mas também em escritórios de empresas de tecnologia no Vale do Silício.

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Essa foi a primeira vez que os chefes do FBI e do MI5 britânico e seus homólogos da Austrália, Canadá e Nova Zelândia se reuniram para uma discussão pública sobre ameaças de inteligência. O objetivo é detectar e impedir os esforços da China para roubar segredos dos países aliados.

Essa reunião sem precedentes é porque estamos lidando com outra ameaça sem precedentes. Não há ameaça maior à inovação do que o governo chinês.

Christopher A. Wray, diretor do FBI

Importância do Vale do Silício

Disputa entre Estados Unidos e China é também tecnológica (Imagem: BeeBright/Shutterstock)

Espionagem da China gera preocupação

Os alertas surgem no momento de grande tensão entre Estados Unidos e China, especialmente na área tecnológica com a chamada “guerra dos chips”. A Casa Branca afirma que os esforços de espionagem chineses alcançaram todas as facetas da segurança nacional, diplomacia e tecnologia comercial avançada. E afirma que ninguém lucra se Pequim roubar propriedade intelectual.

Ainda de acordo com os países aliados, o governo chinês estaria fortemente interessado na inteligência artificial ocidental, tecnologia que permitiria melhorar a coleta e análise de inteligência. Dias antes da reunião, o presidente Joe Biden anunciou que estava limitando ainda mais a venda de chips semicondutores avançados para a China, restrição que dificulta ainda mais o desenvolvimento de IA no território chinês.

Dados do MI5 apontam que o número de investigações sobre espionagem da China aumentou substancialmente no Reino Unido desde 2018. Já o Serviço de Inteligência de Segurança do Canadá afirmou que as empresas ocidentais precisam entender que Pequim “mudou as regras do jogo” e que obriga os seus cidadãos em qualquer lugar do mundo a fornecer informações aos serviços de inteligência do país.

O governo da China nega as acusações do Ocidente.