Astrônomos descobriram que os asteroides que atingiram a superfície do planeta anão Ceres influenciaram na presença de moléculas orgânicas valiosas no local. Estudos anteriores já haviam identificado a presença dessas moléculas perto de uma cratera de impacto de 51,4 quilômetros de largura em Ceres, mas a origem delas ainda era desconhecida.

No entanto, pesquisadores realizaram uma série de experimentos que simularam as condições de impacto esperadas em Ceres e conseguiram mapear áreas ricas em compostos orgânicos em maior detalhe do que antes.

Segundo o Space.com, a presença dessas moléculas foi encontrada principalmente próximo a áreas com impactos mais antigos de asteroides, o que sugere que os impactos influenciaram a presença e a abundância dessas moléculas ao longo de bilhões de anos.

“Estamos descobrindo que os produtos orgânicos podem estar mais difundidos do que inicialmente relatado e que parecem ser resilientes a impactos com condições semelhantes às de Ceres”, disse Juan Rizos, astrofísica do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (Espanha) e co-autora do novo estudo, em comunicado.

Embora a origem dos compostos orgânicos permaneça pouco compreendida, temos agora boas evidências de que se formaram em Ceres e provavelmente na presença de água. Existe a possibilidade de que um grande reservatório interior de matéria orgânica possa ser encontrado dentro de Ceres. Então, da minha perspectiva, esse resultado aumenta o potencial astrobiológico de Ceres.

Juan Rizos, astrofísica do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (Espanha) e co-autora do novo estudo, em comunicado

Sonda Lucy

Provavelmente encontraremos diferenças, uma vez que os asteroides troianos tiveram histórias de impacto muito diferentes de Ceres e, porque existem dois tipos de asteroides troianos com composições diferentes. Comparar os dados da missão Lucy com os recolhidos pela Dawn ajudará podemos entender melhor como essas moléculas orgânicas estão espalhadas por todo o Sistema Solar exterior.

Juan Rizos, astrofísica do Instituto de Astrofísica de Andaluzia (Espanha) e co-autora do novo estudo, em comunicado