Em agosto do ano passado, Andrew McCarthy, um famoso astrofotógrafo dos EUA, divulgou uma imagem que mostra a cromosfera e a coroa do Sol ao mesmo tempo – um feito considerado inédito. E é claro que um evento como o eclipse solar anular do último sábado (14) não poderia ficar fora da mira de suas lentes.
Embora o assunto possa parecer já um pouco “batido”, vale a pena conferir o registro feito por McCarthy, compartilhado nesta quinta-feira (19) no X (antigo Twitter). Aliás, o próprio fotógrafo também brincou com isso: “Espero que vocês não tenham enjoado de posts de eclipse”.
McCarthy explica que usou um telescópio adaptado para capturar o vídeo de alta velocidade do eclipse a uma longa distância focal. “Ver as montanhas irregulares da Lua em um cenário de plasma turbulento é incrivelmente surreal”, escreveu.
Na verdade, este foi apenas um dos telescópios usados por ele para registrar o eclipse. “Usei tantos telescópios para poder incorporar múltiplas distâncias focais e capturar várias camadas de detalhes do Sol. Por isso que minhas capturas mostram a atividade solar”.
Assim, desde o primeiro contato entre a Lua e o Sol, passando pelo momento em que ela transitou pelo centro do astro, formando o “Anel de Fogo”, McCarthy conseguiu captar detalhadamente as estruturas incrivelmente dinâmicas na atmosfera solar.
Cores foram adicionadas digitalmente no vídeo em detalhes do eclipse
Em um dos mais de 300 comentários do post, alguém pergunta ao fotógrafo se o Sol aparece realmente amarelo. “Na verdade, estava vermelho aqui, mas eu o capturei com uma câmera monocromática e o colori em processamento para torná-lo adequado à estética que eu queria”.
Os telescópios modificados usados por McCarthy lhe permitem captar comprimentos de onda de luz não visíveis ao olho humano, como as ondas alfa emitidas por átomos de hidrogênio no Sol.
“Esta é uma cor falsa, já que a luz alfa do hidrogênio é um vermelho rosado”, explicou o astrofotógrafo quando divulgou outro vídeo fascinante do Sol, em setembro de 2022. Na ocasião, ele captou um jato de plasma sendo ejetado pelo astro.
Segundo ele, os comprimentos de onda alfa são capturados através de uma banda tão estreita que a imagem é essencialmente monocromática, de modo que a profundidade de cor é adicionada artificialmente como um meio de melhorar os detalhes e a estética.
Fonte: Olhar Digital
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