Uma nova rivalidade toma conta entre as gigantes de tecnologia. Atualmente, Amazon e TikTok brigam pela liderança em vendas pelas redes sociais. Segundo estimativas da Insider Intelligence, divulgadas pelo The Wall Street Journal, o comércio eletrônico social atingirá US$ 100 bilhões até 2025, contra US$ 67 bilhões este ano.
Por um lado, o TikTok, conhecido principalmente como uma rede social, quer que seus 150 milhões de usuários nos Estados Unidos pensem no aplicativo como um destino de compras.
Por outro, a Amazon acrescentou elementos sociais em seu aplicativo para atrair compradores mais jovens. Além disso, está construindo uma rede de influenciadores para vender seus itens dentro e fora do site.
Recentemente, a empresa da ByteDance lançou o TikTok Shop nos Estados Unidos e vende cerca de US$ 7 milhões por dia no país – com a meta de chegar a US$ 10 milhões. No ano passado, a Amazon vendeu diariamente cerca de US$ 603 milhões por dia nas lojas online da empresa.
Entenda os desafios das empresas e como as duas estão se saindo na disputa até agora.
Confiança
No quesito confiança, a Amazon está na frente. Isso porque a empresa passou anos construindo uma experiência do cliente positiva, incluindo entregas mais rápidas e política de devolução clara.
No entanto, o TikTok, precisa superar a desconfiança nas redes sociais como um lugar seguro para compras. Afinal, é natural questionarmos se os produtos são originais, se não fomos vítimas de golpes e se os influenciadores estão dizendo a verdade.
A confiança foi um tópico especialmente sensível quando a TikTok Shop começou no Reino Unido, em 2021. Influenciadores foram orientados a postar 15 vídeos por dia e apenas elogiar os produtos apresentados. Lá, o recurso de compras foi um fiasco, segundo pessoas familiarizadas com o assunto.
Agora, nos Estados Unidos, a empresa examina as identidades dos vendedores e conta com influenciadores independentes e estabelecidos para promover os produtos que escolhem.
Envolvimento do usuário
A maior vantagem do TikTok é a quantidade de tempo que as pessoas passam no aplicativo. Nos Estados Unidos, os usuários gastam cerca de duas horas por dia no feed do TikTok, enquanto na Amazon os clientes passam em média 9,7 minutos por dia, segundo dados da empresa data.ai – que rastreia o uso em dispositivos Android.
Para aumentar o engajamento dos usuários e atrair consumidores jovens, a Amazon tem integrado mais recursos sociais no aplicativo. Um deles, chamado de Inspire, mostra um feed de fotos e vídeos que os clientes podem comprar pelo app.
Nesta semana, a empresa revelou que está testando outra ferramenta para que usuários possam obter feedback de produtos que estão interessados de outras pessoas que já conhecem sobre ele.
Para conseguir ser bem-sucedida, a Amazon precisará mudar a mentalidade de seus usuários. Afinal, como explicou Daniel Buchuk, pesquisador da Watchful Technologies, normalmente, os clientes estão acostumados a acessar a Amazon com um produto em mente.
Entrega
A Amazon passou anos construindo uma infraestrutura eficiente de transporte. Atualmente, a empresa pode entregar encomendas para qualquer lugar do país em dois dias ou menos. Apenas no ano passado, pelo menos 13 milhões de pacotes foram entregues em um dia, segundo dados da companhia.
Por isso, provavelmente, a logística será um dos maiores desafios do TikTok. Para lidar com isso, a empresa investe pesado nos seguintes itens:
Desde que começou o TikTok Shop, o aplicativo conseguiu 200 mil vendedores. Porém, precisará se esforçar para alcançar cerca de 1 milhão de vendedores ativos da Amazon – que representam mais de 60% das vendas no varejo da gigante.
Influenciadores
As duas empresas também brigam por influenciadores. Apesar dos progressos que a Amazon fez desde 2017, quando lançou seu programa, muitos influenciadores ainda preferem o TikTok, que podem chegar a ganhar US$ 20 mil por vídeo.
O número de visualizações de vídeos do TikTok promovendo as vendas do Amazon Prime Day dobrou a cada ano desde 2019. Neste ano, foram mais de 400 milhões de visualizações, de acordo com a empresa de pesquisa Marketplace Pulse.
Fonte: Olhar Digital
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