Grandes jornais do mundo querem que a OpenAI pague pelos textos jornalísticos usados pelo ChatGPT. Há anos, a empresa (e outras) vem usando produções desses sites para alimentar e treinar o software de inteligência artificial. À medida que esse negócio cresce e pode virar uma indústria trilionária em breve, as organizações jornalísticas querem receber sua parte disso.

Jornais vs. ChatGPT

Jornais da imprensa dos EUA enrolados um do lado do outro
(Imagem: Photosani/Fotolia)

O que os jornais ganham com isso?

Para os jornais que negociam com a OpenAI, a medida, se for para frente, pode beneficiá-las de duas maneiras. A primeira é que forneceria pagamento direto para os textos produzidos e a segunda é que, potencialmente, aumentaria o tráfego dos seus respectivos websites, uma vez que o ChatGPT os usaria como fonte em uma conversa.

Já para o chatbot, pode dar mais credibilidade às respostas, uma vez que a tecnologia já foi acusada algumas vezes de mentir e inventar fontes.

O que isso significa para o ChatGPT e para a indústria de IA?

Além de ganhar mais autoridade nas respostas, o ChatGPT pode driblar acusações de violações de direitos autorais, ao mesmo tempo que se une a empresas importantes.

O Reddit é um dos que considera bloquear o chatbot se não chegar a um acordo sobre o pagamento dos dados usados para treinamento da IA.

O X/Twitter fez algo ainda mais ousado. Em abril, Elon Musk, dono e ex-CEO da plataforma, começou a cobra US$ 42 mil pelo acesso das postagens do software na plataforma, alegando que as empresas de IA estavam usando conteúdos de forma ilegal para treinar IA.

Ícone do ChatGPT num iPhone
(Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Outras empresas também tomaram medidas ou fizeram acusações semelhantes. Já outras alegam que a OpenAI violou direitos autorais dos detentores dos textos, obras visuais ou outro conteúdos usados no treinamento.

Agora, com a negociação dos jornais, a companhia pode voltar a ter acesso a uma parcela significativa de dados na internet. Um porta-voz da empresa, inclusive, confirmou que as negociações estão acontecendo e que não se concentraram em dados de treinamento anteriores, que argumenta terem sido obtidos legalmente. 

Nenhuma das práticas da empresa violou a lei de direitos autorais. Qualquer acordo seria para acesso futuro ao conteúdo que de outra forma seria inacessível.

Porta-voz da OpenAI, ao The Washington Post