Em setembro do ano passado, Ulku Rowe, diretora de engenharia do Google Cloud, abriu um processo contra o grupo Google alegando ser vítima de discriminação de gênero pela empresa.
A executiva afirma ter sido contratada em 2017 para um cargo de menor nível e remuneração em comparação a homens com menos experiência que exercem funções semelhantes. Ela também diz ter sido preterida em uma promoção em favor de um colega do sexo oposto menos qualificado em retaliação à denúncia.
Na sexta-feira (20), um júri de Nova York decidiu que a empresa deve pagar a Rowe US$1,15 milhão (cerca de R$5,8 milhões) por danos punitivos e pelo sofrimento causado. No entanto, o júri não considerou que o Google tenha violado a lei de igualdade salarial do estado.
Segundo Rowe, ela assumiu o posto com 23 anos de experiência na área de serviços financeiros e tecnologia, mas foi contratada como funcionária de nível oito, enquanto homens que foram contratados ao mesmo tempo que ela, e supostamente tinham menos experiência, foram admitidos no nível nove. Desta forma, ela ganhava cerca de 25% menos do que os colegas.
Este veredicto unânime não apenas valida as alegações da Sra. Rowe de discriminação pelo Google, como também envia uma mensagem retumbante de que a discriminação e a retaliação não serão toleradas no local de trabalho
Cara Greene, principal advogada de Ulku Rowe, em declaração ao site Engadget.
Isso ocorre quase cinco anos depois que cerca de 20 mil funcionários organizaram uma greve para exigir mudanças na postura de má conduta sexual e discriminação do Google. Apesar das promessas de melhorias no combate ao assédio sexual, a resposta da empresa ainda deixava a desejar no que se refere ao preconceito de gênero.
Segundo a Bloomberg Law, o processo de Rowe é o primeiro desse tipo enfrentado pelo Google desde a paralisação de 2018.
Posicionamento do Google
Em um comunicado, a porta-voz do Google, Courtenay Mencini, disse que “a justiça é absolutamente crítica para nós e acreditamos fortemente na equidade de nossos processos de nivelamento e compensação”. Para ela, a conclusão do júri de que a empresa não violou a lei de Nova York apoia isso.
A condenação, no entanto, é repudiada pela multinacional. “Discordamos da conclusão do júri de que a senhora Rowe foi discriminada por causa de seu gênero ou que foi retaliada por levantar preocupações sobre seu salário, nível e gênero”.
Fonte: Olhar Digital
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