Percevejos parecem ter tomado conta de Paris, capital da França. Faltando menos de um ano para as Olimpíadas no local, o país enfrenta uma alta nos casos de infestação pelos insetos, conforme relatos divulgados nas redes sociais. Os animais, que costumam ser de difícil detecção, já foram avistados em trens, metrôs, hotéis e até em salas de cinema.
A infestação é perigosa, uma vez que pode se alastrar por outros países, principalmente quando Paris é um ponto turístico e os visitantes podem carregar os insetos consigo nas malas. Com isso, grandes hotéis começaram a ser alarmar e já estão adotando tecnologias para acabar com as pragas – e uma delas envolve cães.
Infestação de percevejos
Hotéis em Paris e em países vizinhos, como o Reino Unido, começaram a temer a infestação de percevejos. O Reino Unido tem uma linha direta com a França e, segundo a empresa de controle de pragas Rentokil, identificou um aumento de 65% nos casos das pragas por lá no segundo trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período em 2022.
Max Malka, dono do Hotel Montlhery Paris Sud, é um dos empresários em estado de alerta. Em entrevista à BBC, ele revelou a preocupação com os insetos, que podem ir de um quarto para outro e picar clientes (isso pode render processos).
Malka ainda disse que é normal que hotéis na cidade registrem cerca de um caso de infestação por ano, principalmente durante o verão. Este ano, ele não esperou a situação evoluir e pagou 1.500 euros (cerca de R$ 8 mil) a uma empresa britânica chamada Spotta, que usou uma nova tecnologia para acabar com os percevejos precocemente.
Tecnologia contra os percevejos
Outras tecnologias
A Spotta não é a única. A empresa finlandesa Valpas, fundada em 2013, foi pioneira nesse setor e inventou uma armadilha para inseto conectada digitalmente e integrada aos pés da cama (que a própria companhia fabrica e vende).
Os animais que subirem pela cama ficam presos na cavidade da estrutura e as armadilhas notificam os donos dos hotéis.
Outra forma de se proteger contra os percevejos é quase tão milenar quanto os próprios insetos: cachorros. Cães farejadores especializados em percevejos levam cerca de seis meses para serem treinados a partir de amostras dos animais e, depois que pegam o jeito, não falham na tarefa.
O único problema é que a logística de colocar um cachorro para cheirar centenas de quartos de hotel diariamente não é tão simples.
Mudança de hábitos
Alguns especialistas em percevejos, como o entomologista Jean-Michel Berenger, em entrevista à BBC, disse que a infestação não é tão incomum e, apesar de estar aumentando ao longo dos anos, deve ser tratada com a devida proporção.
Os casos desse ano com certeza mudaram os hábitos dos franceses: os donos de hotéis que antes não costumavam fazer propaganda do controle de pragas das unidades agora se orgulham em anunciar que têm tecnologias contra os insetos.
Fonte: Olhar Digital
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