Entregues à Terra pela missão OSIRIS-REx no fim de setembro, as amostras do asteroide Bennu são os primeiros fragmentos de rochas espaciais coletados in loco pela NASA. E as análises desse material tão importante contam com a participação do cientista cidadão mais famoso do mundo: o lendário guitarrista do Queen, Brian May.
Para quem não sabe, além de músico, May também é astrofísico e doutor em astronomia. Ele trabalhou por anos em parceria com a NASA, mais especificamente com Dante Lauretta, cientista-chefe da missão OSIRIS-REx, ajudando a processar imagens capturadas pelo principal explorador de rochas espaciais da agência, com o objetivo de encontrar um local de pouso adequado na superfície do asteroide Bennu.
Antes disso, o rockstar já havia colaborado com as equipes científicas por trás da caçadora de cometas Rosetta, na Agência Espacial Europeia (ESA), e da sonda exploradora de Plutão, New Horizon, da NASA.
Como o guitarrista do Queen vai examinar as amostras do asteroide Bennu
May é especialista em imagens estereoscópicas, uma técnica que envolve a captura de pares de fotografias de uma forma que elas apareceriam quando vistas por uma criatura de dois olhos, como um ser humano – basicamente, adicionando um efeito dimensional 3D e ilusão de profundidade a uma imagem 2D (saiba mais aqui).
De acordo com o site Space.com, ele e sua equipe foram convidados por Lauretta para aplicar a técnica na análise das amostras de Bennu. “Nos momentos em que o cabeçote do Mecanismo de Aquisição de Amostra por Toque e Avanço (TAGSAM) foi virado depois de removê-lo do convés aviônico do Johnson Space Center da NASA, em Houston, foram capturadas fotografias de vários ângulos, o que nos permitiu encontrar apenas um par (quase!) perfeito, mostrando a estrutura íntima de apenas alguns grãos da amostra escura e preta como carvão”, disse May. “A equipe de curadoria facilitou as coisas para nós”.
No mundo todo, astrônomos e cientistas cidadãos como May estão ansiosos para estudar o material que compõe asteroides como Bennu, porque é possível que esses corpos rochosos sejam compostos de matéria que estava presente durante a formação do Sistema Solar, há cerca de 4,6 bilhões de anos.
Isso significa que esses asteroides podem revelar a natureza do que os astrônomos chamam de disco protoplanetário – porções de matéria mista (sólido, líquido e gasoso) em forma de poeira arranjadas como um disco que se forma ao redor de uma estrela. Ou seja, esses fragmentos podem trazer detalhes sobre o nosso surgimento no Universo e ajudar a procurar por vida em outros sistemas estelares.
Fonte: Olhar Digital
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