Uma parceria entre a NASA, a Universidade da Califórnia, em Berkeley, e a investidora em imóveis comerciais SKS Partners vai, finalmente, tirar do papel um projeto ousado em desenvolvimento há mais de 20 anos. Trata-se do Centro Espacial Berkeley, um megacomplexo científico que será construído no Vale do Silício.

Com valor estimado em US$2 bilhões (o que equivale a R$10 bilhões, aproximadamente), a instalação será “um campo de treinamento para a próxima geração de profissionais espaciais, de engenheiros e exploradores a líderes empresariais na crescente indústria espacial privada”, segundo um comunicado emitido na última semana.

A missão da NASA é dupla: inspirar a próxima geração de exploradores e a disseminação de nossas tecnologias e pesquisas para benefício público. A colaboração entre a agência e pesquisadores universitários se encaixa nessa missão.

Eugene Tu, diretor do Centro de Pesquisa Ames, da NASA, no Vale do Silício

Vamos entender a história:

Quando o Centro Espacial Berkeley deve começar a ser construído

Segundo os planos do grupo, a construção do complexo pode começar em 2026, a depender da conclusão de uma revisão ambiental para autorizar o início das obras. 

Quando tudo estiver pronto, a Universidade da Califórnia pretende ocupar cerca de 10% dos quase 130 mil metros quadrados da estrutura com escritórios e instalações de pesquisa e desenvolvimento.

Representação artística do pátio do Centro Espacial Berkeley. Crédito: Field Operations e HOK, copyright Moffett Partners, LLC

De acordo com o site Space News, Dan Kingsley, da SKS Partners, a incorporadora imobiliária parceira do projeto, disse que “uma ampla seleção da indústria privada” está na fila para alugar as demais salas.

O objetivo é que o Centro Espacial de Berkeley se torne um epicentro de avanços em diversos campos, desde robótica espacial e ciência planetária até aviação automatizada.

Talento e tecnologia da NASA são atrativos para parcerias futuras

“Esperamos criar um ecossistema onde os talentos de Berkeley possam colaborar com o setor privado, com suas equipes de pesquisa e desenvolvimento compartilhando o mesmo espaço”, disse Alexandre Bayen, professor de engenharia elétrica e ciências da computação da UC Berkeley e pró-reitor associado de desenvolvimento do programa. “E como estaremos próximos do talento e da tecnologia da NASA no coração do Vale do Silício, esperamos aproveitar isso para formar futuras parcerias”.

Representação artística de um pavilhão que poderia se tornar um ponto de encontro para estudantes e pesquisadores do Centro Espacial Berkeley. Crédito: Field Operations e HOK, copyright Moffett Partners, LLC

Bayen diz ainda que o Centro Espacial de Berkeley também fornecerá oportunidades para os profissionais atuais da indústria melhorarem suas habilidades em novas tecnologias nas quais talvez não tenham sido treinados, como aprendizado de máquina e ciência de dados.

“Gostaríamos de criar consórcios industriais para apoiar conglomerados de pesquisa focados em temas que são fundamentais para nossos objetivos, em particular aviação do futuro, resiliência em ambientes extremos, engenharia de bioprocessos espaciais, sensoriamento remoto e ciência e computação de dados”, acrescentou.